quarta-feira, 8 de novembro de 2023

 

MANHÃ E POEMA

           Francisco Miguel de Moura

Reverberar do alvor (e) ser,
viva a terra o direito de amar!
O cego vê, Deus se extasia.

O poeta alavanca palavras,
arreda nuvens,
destravando o olhar.

O poema silencia o trovão
quando o raio da palavra espedaça o ar.

A manhã se clareia para que a nau
trabalhe e acenda o peito de cada um.

Eis que o poema se desvirgina
e que vida e movimento se declaram
canção.

___________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...