sexta-feira, 7 de julho de 2023

 

                          


                   “PEDRAS QUE CANTAM”

                                                           Francisco Miguel de Moura*

          Francisco de Assis Sousa há tempos, lançou o livro “Pedras que cantam.”  Um belo livro de crônicas. Ele é professor e acadêmico da Academia de Letras da Região de Picos, sendo atualmente seu Presidente. Nome simples para uma pessoa simples, é o do Autor, tal como o nome que deu a seu livro.  Essa obra me foi ofertada pelo autor, não pessoalmente, mas creio que através do prefaciador, Homero Castelo Branco, meu confrade da Academia Piauiense de Letras, com um autógrafo assim: “À Francisco Moura (embora, eu não dispense o Miguel, de meu pai). A seguir, a frase “A vida é bela!” e abaixo está sua assinatura., local e data: São Julião, PI, 16.06.2018.

          Esse fato mexeu comigo. Naquele dia, eu estava completando meus 85 anos. Também a última frase que Machado de Assis pronunciou, na hora de sua morte: “A vida é bela!”

          Daí, eu pergunto: O que nos mostram a referência das duas menções, em um simples autógrafo? Indicam a personalidade do autor, sua sapiência e sua humanidade.

          Francisco de Assis Sousa é um cronista salutar e nos fazem bem as suas crônicas. Hoje, com 90 anos, deixei de escrever crítica, por isto, alguns senões desta matéria devem ser perdoados. Interessa-nos o que  é bom e gostoso. Suas crônicas são gostosas, a gente, como que, vai ouvindo e conversando. Têm um pouco do artigo de jornal. Mas isto é da natureza do gênero, da espécie literária, que é híbrida, nasceu assim, no Brasil, com o nosso Papa, o grande Machado de Assis. E assim tem permanecido.

          “Pedras que cantam”, desde o título até o final, encantam.  “Nas pegadas da Serra” é uma crônica que mostra a necessidade de um crescimento humano para que a Terra nos pareça não só uns grãos de areia, rolando no infinito, e que esses grãos estão unidos, por isto podem ser conhecidos, amados e educados. Grãos que somos nós. 

          Em determinado momento, ele se refere a um autor famoso, de nome René Descartes, e com base nele, acrescenta: “A educação é um projeto de ser humano no sentido positivo da palavra, um ser humano como agente de transformação...”  E assim segue descrevendo o que vê e ouve, o que sente e sonha.

          Desde muito tempo, eu devia dizer-lhe isto. Mas são tantas as coisas a fazer, ler e escrever que a gente se esquece também de outras tão ou mais importantes, sim, daquelas que ainda não fizemos.  O ser humano e o escritor, principalmente, sofre e sua, para que não deixe esvair-se um momento de sua vida sem utilidade, salvo as horas de descanso...

          Parabéns, Francisco de Assis Sousa, vale muito sua profissão de professor e mestre, sua obra de escritor assim confirma. Sua luta é a nossa luta. Sempre aprendendo e esquecendo, sempre escolhendo ou recusando. E não será em vão.

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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, nascido no Piauí.

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