quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

 


O APAGAR DAS LUZES

         Francisco Miguel de Moura*

 

Descortino um jardim que se esfacela

sem flor, sem folhas... Só um triste alguém

fechando a casa, a porta e a janela...

Pétalas murchas, num tristonho amém.

 

É a dona, do jardim andando torta,

seus pensamentos solitários vão

com ela. E a luz se apaga e tudo corta

por espaços de extrema solidão.

 

Sem borboletas, beija-flores... Vida,

não há mais ... E em tudo comovida,

mas sem chorar, avança e se comporta

 

A sonhar, a sonhar sonhos em bando

fugindo em revoada... Eis senão quando

tudo o que enxerga é natureza morta.

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 *Francisco Miguel de Moura, poeta braseiro,

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