O APAGAR DAS LUZES
Francisco Miguel de Moura*
Descortino um jardim que se esfacela
sem flor, sem folhas... Só um triste
alguém
fechando a casa, a porta e a janela...
Pétalas murchas, num tristonho amém.
É a dona, do jardim andando torta,
seus pensamentos solitários vão
com ela. E a luz se apaga e tudo corta
por espaços de extrema solidão.
Sem borboletas, beija-flores... Vida,
não há mais ... E em tudo comovida,
mas sem chorar, avança e se comporta
A sonhar, a sonhar sonhos em bando
fugindo em revoada... Eis senão quando
tudo o que enxerga é natureza morta.
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*Francisco
Miguel de Moura, poeta braseiro,
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