A BUSCA
Francisco Miguel de Moura*
É mal cheirosa a flor,
o espinho não fura...
Ninguém é sincero
nas linhas da lei
ou em notas guturais.
Contra o absurdo,
nos fingimos de mudos,
abraçando o obscuro,
crispando o queixo.
É preciso ir ao fundo
do fundo das partes
da coisa e do homem,
e sentir no que morre
o que não morre atrás.
A busca tem sinal do advir,
na inutilidade do presente.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador.
Mora em Teresina-PI-Brasil.
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