quinta-feira, 23 de dezembro de 2021


 


                                                HEURECA!

                                                       Francisco Miguel de Moura

 

Vai, poeta, ao reverso da medalha,

assim, assim, sem testemunho,

ao fio da verdade que contém

o verso. E em todos os reveses,

algo indesejado, algo sem vez

nem voz, nem braços, nem enleios.

 

Que o poema nasça por um gesto

criador de raízes-tempestades,

feito a sós, nenhum auxílio ou voz.

 

Sem descuidos, aproveitando o ouro,

eis que seu engenho encontra o eterno

de um olho, a visão larga de um caolho,

soletrando seus sonhos-labirintos,

a gritar fortemente: “Heureca! Heureca!

- “Achei a viva substância do poeta!”

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Teresina, PI, 23/12/21 

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