HEURECA!
Francisco Miguel de Moura
Vai, poeta, ao reverso da medalha,
assim, assim, sem testemunho,
ao fio da verdade que contém
o verso. E em todos os reveses,
algo indesejado, algo sem vez
nem voz, nem braços, nem enleios.
Que o poema nasça por um gesto
criador de raízes-tempestades,
feito a sós, nenhum auxílio ou voz.
Sem descuidos, aproveitando o ouro,
eis que seu engenho encontra o eterno
de um olho, a visão larga de um caolho,
soletrando seus sonhos-labirintos,
a gritar fortemente: “Heureca! Heureca!
- “Achei a viva substância do poeta!”
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