GLOSAS DE AMOR
Francisco
Miguel de Moura (Xico Miguel)*
Não
me procures não, amor,
Que és borboleta, às vezes beija-flor.
Não me tortures não, por seu favor.
Não te conheço mais quando fugiste
E me deixaste em vão, perdido e triste.
Amei uma só vez e me perdi,
Na noite me engoliste de repente.
Não canto amor, não choro amor
Tranquilo estou, duende mais doente.
Teu furacão pegou-me no jardim,
Eu inocente, e tão, que me perdi.
Amor, és tão vadio, tão malvado,
Que agora eu quero mais ficar calado,
Ou morrer por desvio nunca visto,
Ficar sempre mais descrente em tudo
E em vez de cabeludo - um peladão.
Não vestir mais o jins esfiapado
E nunca mais sorrir ao teu agrado.
Amor é mel, amor é fel, muito obrigado.
Não me procures mais, não tem vez não...
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*Francisco Miguel de Moura, poeta
brasileiro
Um comentário:
Que belo e profundo poema Miguel. Parabéns! Abraços, um Feliz Natal e um Próspero Ano novo para ti e para os teus. Furtado
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