terça-feira, 9 de novembro de 2021

 


                         POESIA DE PRIMEIRA GRANDEZA

                                                                      Francisco Miguel de Moura

           Os poemas de Deolinda Marques, na sua obra “Poesia Bissexta”, encantam o leitor pela simplicidade e valor poético. Não é de admirar, partindo de quem conhece a crítica literária de alto gabarito que Deolinda é, por vocação. Sabemos que é normal que os bons críticos sejam também bons poetas. No caso da Deolinda Marques, mais que normal, é normalíssimo.

          Assim, partimos da admiração de Deolinda por Manuel Bandeira, - não escondida, ao contrário, explicitada no pórtico do livro, - com a quadra “Eu faço versos como quem chora”. Admiração verdadeira e bem absorvida, em versos cuja ressonância do tempo de criança lhe marcaram o coração livre e feliz. Coração livre e feliz que continua até hoje. Mas alguém poderá dizer: Deolinda é sentimental.  E eu respondo:

          Qual o poeta que, no cerne, não é um romântico, um sentimental?  A infância é a quadra mais poética da vida.  E isto ela acentua, na obra, do começo ao fim, com palavras esquecidas na linguagem atual. Por isto, não há como não lembrar o Fontes Ibiapina, da “Vaca Morta”. A “Lagoa Grande”, de Deolinda Marques, traz essa marca para que os pesquisadores do amanhã possam levantar a história esquecida daquele tempo.  São poemas belíssimos, cheios de cheiros de flor do campo, de brincadeiras e paisagens maravilhosa que já não existem. Além de outras vertentes que não temos tempo de apontar agora.

          “Barra do Guaribas”! Eu, uma criança de 6 a 7 anos, habitei aquela região e guardo imorredoura lembrança.  Por isto não me foi difícil entender e reviver aquele meu tempo de banhos de rio e pescarias, de roças, de chuvas e tantas brincadeiras.

          “Poesia Bissexta” é um livro que deixa em nosso coração marcas de vida, amor e brincadeiras, assim como os cheiros silvestres das flores  e da vida boa que era e que não volta mais. Só volta quando lemos poetas verdadeiros como Deolinda Marques.  Se não citei alguns poemas, não foi por outra coisa: Foi porque todos são cada vez melhores, ao passo que a gente vai virando as páginas. 

          Deolinda, receber seu livro foi uma surpresa. Mas a surpresa foi maior do que a que esperava.  Sua poesia é plena de vida, amor, natureza, luz, família, paz, e, sobretudo, em beleza e verdade.  Quem ainda não o leu, não sabe o que está perdendo. Pode crer.

Um comentário:

Unknown disse...

"Poesia Bissexta" de Deolinda Marques, sem dúvida, é uma obra primorosa. Ansiosa para lê- la.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...