POESIA DE PRIMEIRA GRANDEZA
Francisco Miguel de Moura
Os poemas de
Deolinda Marques, na sua obra “Poesia Bissexta”, encantam o leitor pela
simplicidade e valor poético. Não é de admirar, partindo de quem conhece a
crítica literária de alto gabarito que Deolinda é, por vocação. Sabemos que é normal
que os bons críticos sejam também bons poetas. No caso da Deolinda Marques,
mais que normal, é normalíssimo.
Assim, partimos da admiração de Deolinda por Manuel
Bandeira, - não escondida, ao contrário, explicitada no pórtico do livro, - com
a quadra “Eu faço versos como quem chora”. Admiração verdadeira e
bem absorvida, em versos cuja ressonância do tempo de criança lhe marcaram o
coração livre e feliz. Coração livre e feliz que continua até hoje. Mas alguém
poderá dizer: Deolinda é sentimental. E
eu respondo:
Qual o poeta que, no cerne, não é um romântico, um
sentimental? A infância é a quadra mais
poética da vida. E isto ela acentua, na
obra, do começo ao fim, com palavras esquecidas na linguagem atual. Por isto,
não há como não lembrar o Fontes Ibiapina, da “Vaca Morta”. A “Lagoa Grande”,
de Deolinda Marques, traz essa marca para que os pesquisadores do amanhã possam
levantar a história esquecida daquele tempo. São poemas belíssimos, cheios de cheiros de
flor do campo, de brincadeiras e paisagens maravilhosa que já não existem. Além de outras vertentes que não temos tempo de apontar agora.
“Barra do Guaribas”! Eu, uma criança de 6 a 7 anos, habitei
aquela região e guardo imorredoura lembrança.
Por isto não me foi difícil entender e reviver aquele meu tempo de
banhos de rio e pescarias, de roças, de chuvas e tantas brincadeiras.
“Poesia Bissexta” é um livro que deixa em nosso
coração marcas de vida, amor e brincadeiras, assim como os cheiros silvestres
das flores e da vida boa que era e que
não volta mais. Só volta quando lemos poetas verdadeiros como Deolinda Marques.
Se não citei alguns poemas, não foi por
outra coisa: Foi porque todos são cada vez melhores, ao passo que a gente vai
virando as páginas.
Deolinda,
receber seu livro foi uma surpresa. Mas a surpresa foi maior do que a que
esperava. Sua poesia é plena de vida,
amor, natureza, luz, família, paz, e, sobretudo, em beleza e verdade. Quem ainda não o leu, não sabe o que está
perdendo. Pode crer.
Um comentário:
"Poesia Bissexta" de Deolinda Marques, sem dúvida, é uma obra primorosa. Ansiosa para lê- la.
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