segunda-feira, 17 de maio de 2021

 

chico miguel

                                                             
 SEM HORAS

 

             Francisco Miguel de Moura*


Perder o teu minuto, o teu segundo

sufoca o tempo de antes e depois...

Colhe as maravilhas deste instante

no mundo dos teus olhos luminosos!

 

Quantas fatias generosas caem

dançando no escuro dos  teus olhos!

Lágrimas que vão ao oceano-mundo,

doutros olhos... Desconforto.

 

Oh! Vive, sim. Pressente!  Ilude

quem nem te viu e ouviu, nem te ligou

para o abraço, sem nenhum juiz.

 

Teu minuto prateado é voz de ouro,

amor fruindo em bênçãos, condenado

pelo mundo peçonha, todo engodo...

 

Limpa teu pranto no teu lenço brando,

Não queiras posse de relógio algum,

as horas morrem para lá do pranto.

 

Eterno é o teu minuto e nisto, se te alteias,             

amarás com o sangue a refluir nas veias.

_________________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora Em Terina, PI,

  

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