Somente nesta manhã tive a folga
necessária e a lembrança mais ainda de enviar-lhe a paródia "Ser
Pai", depois de um belo dia dos pais, junto com os filhos e netos, uns
em presença online, outros apenas por telefone, e por ultimo, a que mora
comigo, a qual tratamos por Mecinha. Não citei minha mulher, D. Mécia, em
primeiro lugar, que sempre me acompanha nos dias felizes quantos nas horas de
tristeza ou doença. Mas, como disse Jesus, os últimos serão os primeiros., aqui também nesta citação.
Mas, como disse Jesus, os que os últimos serão os primeiros.
Primeiro,
vai o soneto “Mãe”, do fecundo poeta Coelho Neto, que ao falecer já havia
publicado 100 obras. Maior do que ele, na literatura brasileira, em
fecundidade, somente o nosso querido Assis Brasil que já anda perto das 200
obras publicadas em diversos gêneros, exceto em poesia.
A
particularidade de Coelho Neto é que ele só publicou, ou deixou publicar, um
poemas, que o inolvidável soneto “SER MÃE”. Outra particularidade: É que ele,
quando esteve no Piauí, fez uma palestra no Teatro 4 de Setembro, e ao fim da
palestra denominou nossa Capital, Teresina, de “Cidade Verde”.
Coelho Neto(1864 – 1934)*
Ser mãe é desdobrar
fibra por fibra
O coração, ser
mãe é ter no alheio
Lábio que suga, o
pedestal do seio,
Onde a vida, onde
o amor, cantando vibra.
Ser mãe é ser um
anjo que se libra
Sobre um berço
dormindo, é ser anseio,
É ser temeridade,
é ser receio,
É ser força que
os lares equilibra.
Todo bem que a
mãe goza é bem do filho,
Espelho em que se
mira afortunada,
Luz que lhe põe
nos olhos novo brilho.
Ser mãe é andar
chorando num sorriso,
Ser mãe é ter um
mundo e não ter nada,
Ser mãe é padecer
num paraíso!
_________________
*Coelho Neto, nome literário de Henrique Maximiano Coelho Neto, nascido em
Caxias-MA e faleceu no Rio de Janeiro. Filho de índia e português, escritor
prolífico (cronista, contista, romancista, folclorista, crítico de teatro).
Orador e político, ocupou vários cargos de importância na República, pois era
abolicionista. Agitador nos meios universitários (São Paulo, Recife, Rio).
Membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Num discurso inflamado no
Teatro 4 de Setembro, em Teresina, chamou nossa Capital de “Cidade Verde”.
Poeta de um só soneto, mas admirável e popularíssimo.
SER PAI (Paródia)
Francisco Miguel de Moura
SER PAI
(Paródia ao
soneto “Ser mãe”, de Coelho Neto)
Ser pai é ganhar mais, libra
por libra,
Para que o filho não se torne
alheio,
Nem precise ir embora do seu
meio,
Da família, onde a infância
se equilibra.
Ser pai é sofrer só... Filho
nem liga
De pai ficar em casa a noite inteira,
Se tem mãe que lhe vele à
cabeceira,
Por isso o pai, coitado já
nem briga.
E assim desce ao boteco e
perde o brilho,
Embora lhe acompanhe um amor
capaz
De voltar logo e aconchegar o
filho.
Ser pai é se zangar quando
está liso,
Ser pai é sofrer muito e ser
capaz
De sorrir, padecendo o
prejuízo.
Francisco Miguel de Moura
Teresina, 25/02/2012
OBSERVAÇÕES:
Sem
o belo soneto de Coelho Neto, o meu SER PAI” não existiria, por que é uma
paródia. Significa que sem a mãe, não haveria o pai. Ambos são constantes da “Antologia:
Poemas e Poetas Mais Amados”, de minha organização, já editada pela Academia
Piauiense de Letras, e ainda não publicada, onde o conterrâneo está presente
com dois poemas, que, embora curtos, são bem expressivos de sua boa poesia em
todos os seus livros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário