Francisco Miguel de Moura*
No rosto dos que ficam, porque tristes,
se acendem duas lâmpadas molhadas
daqueles olhos dos que vão partindo
antes que tenha as pálpebras fechadas.
A vida é só lembrança... Sem lambança,
encarcerada nos últimos suspiros
dos que partem sem provas... E sem grito.
Tudo apagando na
infeliz memória.
Às vezes branca nuvem tão enorme,
entre os histéricos choros e sorrisos:
É a recolha do tempo que aniquila,
sem saber dos que nascem, dos que ficam.
São bem tristes os olhos de quem morre,
Mais que a vulgar tristeza dos que ficam.
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*Francisco
Miguel de Moura, poeta brasileiro, já figura
em várias Antologias de Poemas, em
Portugal, França, Espanha,
Itália e Estados Unidos, além de em muitas
participações em todo
Brasil. Mais de 40 livros publicados.
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