quinta-feira, 9 de julho de 2020

SONETO ESCRITO ÀS PRESSAS



          Os cães do sono ladram
              mas dorme a caravana do meu ser”
                                             Mário Faustino.

Quando eu desacordar para o infinito
de sombras perfurando o meu avesso,
terei trilhões de sonhos – retrocesso -
metidos entre a pele e meu conflito.

Com um espirro gigante – o meu delito,
que afastará as nuvens outoneiras
e chamará as primas de primeiras,
ao coro das memórias, num só grito.

Ao meu sofrer misturo alegorias,
serão todas as noites os meus dias,
asas voando em céus petrificados.

E um raio retumbante do universo,
no mais profano tom dos desgraçados,
apagará meu pathos num só verso.

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*Autor: Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.



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