Francisco Miguel de Moura*
Sinto-me muito honrado e feliz por convidar-me novamente para prefaciar sua mais recente obra, este “Pérolas da Minha Terra”, livro misto de poesias e crônicas sobre sua vida e testemunhando um pouco da história de Jaicós, esta cidade tão antiga e importante que, no entanto, é esquecida das glórias passadas, uma delas a de ter sediado a primeiro escola superior, em nosso Piauí.
Sinto-me muito honrado e feliz por convidar-me novamente para prefaciar sua mais recente obra, este “Pérolas da Minha Terra”, livro misto de poesias e crônicas sobre sua vida e testemunhando um pouco da história de Jaicós, esta cidade tão antiga e importante que, no entanto, é esquecida das glórias passadas, uma delas a de ter sediado a primeiro escola superior, em nosso Piauí.
Mesmo que fôssemos ligar para origem da palavra “Prefácio”
que quer dizer “feito antes”, este prefácio não seria difícil
para mim, haja vista que, com o tempo, os prefácios vêm dando conta de como e o
que vale a obra, tornando-se muito úteis e necessários.
Só não precisa de prefácio quem é orgulhoso de mais, feito
pavão. Meus livros sempre tiveram prefácios: eles auxiliam o leitor a tomar
conhecimento antecipado da obra que vai ler. Além do mais, os leitores querem
saber do sentido, da forma e do valor da obra antes de iniciar sua leitura. E é
disto que dá conta o prefaciador.
Os escritores têm sua originalidade e assim estabelecem as
regras – ou seja o criador tem muita liberdade para criar e recriar o belo, a
arte. Nessa ordem geral está inscrito Solon, autor de “Pérolas da Minha
Terra”. Não vejamos o prefácio como crítica: os críticos vêm depois.
Prefácios são feitos por amigos. Ninguém seria capaz de solicitar tal
expediente a um inimigo. Este prefaciador se declara amigo especial do Autor. Pois
é, antes de falar sobre o livro, algumas palavras sobre meu amigo José Solon de
Sousa: Amigo que não foi pego em arapuca: nossa amizade aconteceu por conta da
poesia e, depois, pelo seu caráter, generosidade, paixão pelas coisas boas e
belas da vida.
José Solon de Sousa usa sua
liberdade de criar poemas e crônicas quando produziu estas “Pérolas da Minha
Terra”, uma joia de literatura para a cidade de Jaicós e para além. Ele domina
muito bem o idioma em “Pérolas da Minha Terra”. Solon é um médico de fama, com
consultoria em Picos, mas nunca deixa sua terra por nenhuma outra, mora em
Jaicós, interior do Piauí. Incentivador pertinaz da cultura local, para tanto
criou o “Centro Comercial Cultural Alaíde Reis”, em
Jaicós, cujo nome homenageia sua querida mãe, vem prestando precioso
benefício sócio-cultural.
A regra ditada pelo Prof. Arimathéa Tito Filho, nobre e
culto presidente da Academia Piauiense de Letras, era esta: quando algum médico
se candidatava a uma cadeira na APL: “Os médicos, de modo geral, escrevem
bem”. E é nesta regra que se inscreve nosso amigo José Solon de Soua. Como poeta ele tem demonstrado grande
capacidade de improvisação, enquanto outros ficam lambendo palavras, ele segue
em frente, conseguindo a sua estranha forma de poetar, escolhendo sempre temas
da maior importância para a realidade local e do país, quase sempre com bom
humor.
Eis que se ergue do verso e vai até a forma narrativa,
extraindo dos costumes e modos dos jaicoenses, curtas e belas narrativas em “Pérolas
da Minha Terra”. Nisto tudo também está a singularidade de livro: a
poesia entranhada na crônica e vive-versa. No mesmo tom, ele nos mostra 43
pequenas narrativas de tipos e/ou personalidade de sua terra, tão importantes –
boa parte deles, senão todos – para a construção de uma futura história de
Jaicós.
Vou transcrever o pedacinho de uma delas, como para o
leitor tomar gosto: “Expedito Barbosa: Magro, alto, simpático, recebia a
todos com um sorriso acolhedor. Homem inquieto, estava sempre procurando o que
fazer. Essa era a sua lida: mecânico e colecionador de ferro velho. Um homem
acolhedor – lá estava ele entretido em achar aquela peça solicitada pelos
fregueses...”
São de leitura agradável suas crônicas poéticas e seus
poemas-crônica. Creio que no final da leitura, todos vão concordar comigo, pois
José Solon de Sousa usa de muito bom humor, reafirmo, tanto na crítica quanto
nos versos curtos quando na poesia. É um
livro totalmente diferente dos seus anteriores, especialmente no conteúdo.
Estou feliz por ser jaicoense de
batismo, como disse. E assim, irmão e conterrâneo seu, pois vejo Solon no
caminho certo da literatura, com vida e arte. Assim como já é na música, onde
sua presença é louvável e querida.
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*Francisco
Miguel de Moura, poeta e prosador, mora em Teresina, Piauí, Brasil E-mail: franciscomigueldemoura@gmail.com
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