A manhã é meu espelho:
- Odeio as coisas feitas,
quero-as todas por fazer.
Odeio o que é eleito,
quero é constrangê-lo.
Odeio o preço de mercado,
quero a liberdade sem recado.
Perfeição, repetição, alienação...
Odeio o único e o todo,
amo apenas o singular
entre tantos e outros.
Quase morro de tédio
por ter criado objetos, abjetos
porque não tinham arte.
Amo ser pleno e livre,
com uma felicidade sem remédio.
Ou o dia que não se repete.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta, tradutor, cronista, contista, romancista e crítico da literatura. O poema acima faz do livro "Novos Poemas", inéditos. Membro da Academia Piauiense de Letras, da União Brasileira de Escritores e de outras instituições culturais brasileiras e no exterior. Já publicou mais de 40 livros.
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