Face
em ângulos e triângulos,
ocultas,
não cansa de mostrar-se,
encantada
em curvas de espírito e luz.
Por
que, enfim, nasceu pétalas,
entrâncias
e reentrâncias,
lagos,
luas, protuberâncias,
se
o futuro está distante?
Sóis
iluminam suas formas:
pistilos,
talos e raízes.
Cada
raio de sol dá força
tão
estranha e incomum!
Dia
avante, passo-mágico,
mais
estrelas para a noite
vertical.
Vem plácido o dia.
Cabelos
d’ouro ou de carmim,
do
preto até um branco sem fim.
Perfume
abelhudo, vôo-borboleta,
tudo
esplende entre você e mim.
Uma
cicia a outra, conversando:
Você
já sentiu alguma dor?
Jamais!
Nem quando nasci.
Ai,
dores dos mortais de carne e osso,
areia
e pedra e vento e ar! Nada podemos
do
presente, só olhar. O futuro está em nós.
-----------
*Francisco Miguel de
Moura, poeta brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário