Tem
horas em que a gente sente um desânimo, sentimento provindo da
consciência de que nada que se faça terá valor. Nós, escritores,
jornalistas, pensadores, poetas e críticos de arte e da sociedade,
ficamos como animal no campo para não se esconder no mato: peados.
Nada, enfim, que se faça poderá nos libertar do padrão de
conhecimento de tudo que se passa às nossas ventas. A falta de
disposição em aproximar-se da situação é tanta! Ficamos só a
imaginar o que é, o que foi e como será o nosso futuro Brasil,
especialmente se relacionarmos com os grandes e mais civilizados
países do mundo.
O grande modelo dos políticos
que aí estão - e eles impõem pelos meios que têm, e são muitos,
especialmente pela educação cheia de teorias estranhas a tudo que
temos, que fomos, que somos e ao que poderíamos chegar. Os alunos
são desinteressados, os professores incompetentes, uns por sua
condição de subdesenvolvidos a partir da família e outros, pelo
mincho salário, pouca preparação que tiveram e, finalmente, pela
falta de estrutura das escolas – física e intelectual – que
entregam para guiar os que a procuram, escondendo dos pais a
filosofia do ensino a que se apegam. E muitos desses alunos, muitas
vezes entram apenas para comer a merenda escolar e outros até e
apenas para passar o tempo.
Nessas condições, que povo
nós esperaríamos ter para construir e reconstruir esta nação?
Que homens, que cidadãos, mal alimentados, mal instruídos, mas
acomodados, muitas vezes morando em choças que mais parecem casas de
bichos, casas de ratos, quando não debaixo das pontes! E são eles
que vão fazer e estão fazendo (ou desfazendo) o país dos Andradas,
o país de Tiradentes, o país… (Hoje ninguém mais quer saber da
história da pátria, hoje ninguém tem pátria, poucos têm caráter,
e o resto, nenhum.
E se pensarmos na frase
“Grande povo,
grande povo!”, da
avaliação de D. Pedro II, ao lado de “O
melhor que o Brasil possui é o seu povo”, de
um escritor contemporâneo, cujo nome não me vem à lembrança –
cujo esquecimento me faz muito bem, para evitar o nojo que tenho dele
e de sua frase. Ou num povo que se vende por um pequeno favor ou
mesmo pela esmola de um benefício chamado “bolsa-família”? Ou
por dinheiro vivo (muitas vezes tirado dos cofres nação, por meio
da corrupção, maior durante as campanhas eleitorais até o dia da
eleição? Sinto que não tenho verbo suficiente para convencer
ninguém, a respeito disto, falando ou escrevendo, como disse no
início. Mas convido meus quatro ou cinco leitores a lermos algumas
frases que encontrei no livro do filósofo brasileiro, contemporâneo,
Olavo de Carvalho, conforme está na obra muito bem denominada de “O
mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”:
“Se
me perguntarem quais são os problemas essenciais do Brasil,
responderei sem a menor dificuldade:
1) A matança de
brasileiros, entre 40 a 50 mil por ano (estimativa
por baixo,se pensamos nos 100 policiais mortos, somente este ano, no
desmantelamento das favelas e ninhos das drogas, e essa matança está
disseminada em todo o Brasil).
2) O consumo de drogas,
que aumenta mais do que em qualquer país vizinho, e que alguns
celerados pretendem aumentar ainda mais mediante a liberação do
narcotráfico .
3) A absoluta ausência de
educação num país cujos estudantes tiram sempre os últimos
lugares nos testes internacionais, concorrendo com crianças de
nações bem mais pobres, num país, mais ainda, onde se aceita como
Ministro da Educação um sujeito que não aprendeu a soletrar a
palavra ‘CABEÇALHO’
porque
jamais teve cabeça, e onde se entende que a maior urgência do
sistema é ensinar ás crianças as delícias da
‘SODOMIA’ -
sem dúvida uma solução prática para estudantes e professores, já
que o exercício dessa atividade não requer conhecimentos de
português, de matemática, ou de coisa nenhuma exceto a localização
aproximada das partes anatômicas envolvidas”.
São
oito pontos que Olavo de Carvalho alinha nesse capítulo denominado
UMA GERAÇÃO DE PREDADORES, extraído de seu artigo publicado em
3-6-2011, no Diário do Comércio. Não sei se teria condições nem
tempo de copiá-los todos.
Então,
daqui para frente, vou apenas tentar fazer o resumo dos restantes, em
poucas linhas: a) A falta cada vez maior de mão de obra
qualificada,nível superior, cuja mão de obra tem vindo de outras
país para suprir a nossa falta. b) A dívida monstruosa acumulada
por um governo criminoso que, assim, estrangula de vez as gerações
vindouras e o futuro do seu país. c) A completa impossibilidade da
existir a concorrência democrática, com eleições limpas e dentro
dos princípios constitucionais, pois que com a cumplicidade dos
ricos, cuja fortuna não se sabe onde começa nem onde acaba.
Certamente na corrupção do poder público, em todos os níveis:
federal, estadual, municipal, abraçando o executivo, o legislativo
e o judiciário. d) A debilitação alarmante da soberania nacional,
por um bom tempo condenada a morte pela burocracia internacional e
pelo cerco continental do Foro de São Paulo, até algum tempo
desconhecido da maioria dos brasileiros – este uma força dos
partidos populistas chamados de sociais como o PT, o PC cubano e o do
ditador e tirano da Venezuela. e) A destruição completa da alta
cultura, num estado debilitado, quase catastrófico, de favelização
intelectual, parte saindo da universidade, onde qualquer pessoa, a
qualquer título, faz sua tese sem nenhum valor em essência,
simplesmente porque os seus mestres também receberam esta herança
de cerca de anos e foram rolando, rolando, até qualquer “tesesinha”
parecer
alta sabedoria quando não passa de enrolação para obter um título.
Parte dessa destruição cabe aos donos e diretores de emissoras de
tevê e cadeias de jornais, onde seus donos se vendem para dizer o
que aqueles políticos populistas, petistas ou não, mundos e fundos
do que pensam da “burguesia”,
quando não sabem o que é burguesia
e
muito menos idiotas
-
estes da classificação do nosso sábio Olavo de Carvalho. Parece-me
que é o único, o qual não suportando o vácuo de cultura deste
nosso país mudou-se para os Estados Unidos. A frase inicial “Tá
tudo dominado”,
cunhada pelos barões da droga nacional e internacional parece já
seja uma verdade.
__________
*Escritor brasileiro, membro da Academia Piauiense de Letras, mora no PI-BR
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