sexta-feira, 21 de julho de 2017

ESCOLAS DE HOJE – ESCOLAS DE ONTEM

Francisco Miguel de Moura
Escritor brasileiro, membro da Academia Piauiense de Letras


O sistema escolar de hoje, pelo menos o que foi instalado na última década e na que transcorre, só tem uma semelhança histórica com a Torre de Babel. O povo (ou eram só os chefes do povo?) revoltado com o que havia antes passou construir um torre para ir ao céu, contra Deus e contra todos, era um desafio contra o paraíso terreno que tinham: queriam outro maior. Esse povo, segundo a Bíblia, foi castigado, a torre em construção caiu e eles se confundiram todos, cuja confusão transformou-se em várias línguas e pensamentos vários.

O sistema escolar de hoje cresce apenas no sentido de espalhar uma tal de educação dos gêneros, entre outras idéias e ideologias. E a família, que era o núcleo educacional, esfarinha-se… São preocupações que nada têm a ver com o aprendizado do que é importante para a vida e o progresso da civilização.

Outro dia, ouvi uma senhora mãe de família falando, alto e bom som, em um vídeo de Rede Social (não memorizei o nome do vídeo nem o da Rede Social, infelizmente). Dizia que não tinha filhos para serem educados como estão: em ideologias estranhas como a dos gêneros. Irritada, declara: “Mando meus filhos para a escola, para aprenderem a ler e escrever, para aprenderem a língua e a matemática, as ciências provadas e sérias e a história, a geografia do nosso planeta naufragado em poluição e ignorada da população. Dou a educação de meus filhos em casa, no recesso doméstico, não preciso que vão lhes dizer que devem ter outros gêneros e mais gêneros, nem como fazer sexo na escola, à vista de todos os seus colegas. A educação de meus filhos, digo, é para que respeitem o preto, o branco, o amarelo, o índio, os pobres e os ricos, os feios e os belos, pois todos são iguais e merecem respeito, e para terem tal respeito é preciso que respeitem a todos”.

As palavras acima não são copiadas ipsis-literis, mas juro que são o sumo do que ele falava, gritava, vociferava em seu vídeo. E ela tem razão. Por que ocupar o tempo precioso da criança com bobagens de ideologias de sexo, socialistas, comunistas e outras? Até contra as religiões? Por quê?
Há um propósito por trás de tudo isto. A família é a primeira e grande célula da sociedade. Se ela é destruída, estará destruído o edifício social. E a primeira coisa que pode gerar é o anarquismo. Infelizmente, até uma organização outrora tão respeitável, a ONU (Organização das Nações Unidas), está comprometida com a espalhafatosa teoria dos gêneros. Daí há uma geração de internacionalistas, entre os quais aqueles que também desejam desconstruir ou acabar com as nações, o sentimento patriótico outrora tão valioso para o soerguimento dos países em desenvolvimento.

Criança hoje não tem pátria. Não se sabe mais quais são os símbolos da sua terra, do berço onde nasceu, onde se fazem as lei e onde se lhe vão cobrar os impostos, sempre, sempre. É difícil compreender tudo isto. Meu pai era professor e, a bem dizer, eu nasci numa escola. Quando os alunos chegavam em frente do prédio escolar, o professor os esperava, mandava se formarem com reverência, respeito e cantar o Hino Nacional. Nalgumas datas diferentes, por exemplo em novembro, aproximando-se o dia da Proclamação da República, cantava-se também o Hino à Bandeira. A cerimônia vocal, era feito diante da bandeira brasileira hasteada ao alto da porta de entrada do colégio.

Naquela tempo o professor era uma figura respeitada na escola e na sociedade. Ganhava pouco, mas nisto não houve nenhuma melhora até chegarmos à escola de hoje. Naquele tempo havia uma figura importante que, de vez em quando, aparecia quase que como de repente (só o professor sabia que ele vinha em tal dia). O mestre – o professor era assim chamado – avisava à turma: Hoje o inspetor vem visitar nossa escola, recebam com o maior respeito. Quando ele chegar, entrar, todos se levantem e esperem que ele acene para todos voltarem a sentar. Assim também quando um pai de família visitava a escola, naturalmente já era um senhor de idade, todos os alunos tinham que receber com o mesmo respeito. E nesses dias de visitas todos deveria estar bem vestidos(fardas limpas, cabelos e unhas cortadas, etc.)

Hoje, as escolas são os piores prédios da cidade, sem pintura, as portas muitas vezes não trancam, os muros derrubados e pintados com riscos horrorosos feitos pelos moleques noites a dentro, inclusive com palavras indecentes e críticas infundadas e terríveis. Esse trabalho dos pichadores mostra a ignorância daquela molecada que devia estar na escola aprendendo a escrever, ler e contar. Na verdade, hoje poucas pessoas em idade madura lêem normalmente.

Diga-se que aqueles meninos de rua, se praticam algum crime, não são tratadas como criminosos nem levados para uma escola, nem para uma obra, nada vão aprender da vida senão os vícios, as maldades, os crimes. Que história de lei é esta de que criança não deve trabalhar? Eu sempre trabalhei desde pequeno e apendi muito mais, não adoeci por isto e aqui estou sem outra marca que não as da vida produtiva. Viver sem fazer, produzir, aprender o bem, é vida inútil. Que leis são estas que acabam com a autoridade da família? Lei de proibição de chinelinhas ou palmadinhas na criança desobediente, ai Deus! O mundo está revirado, a sociedade brasileira está sendo destruída. Assim não há esperanças de que o homem se torne mais homem ( a palavra homem aqui significa espécia e não gênero), a desumanidade rola em catadupa.

Para voltar um pouco mais à escola, à educação, cito um trecho importante de Olavo de Carvalho, a cabeça pensante mais vigorosa deste século até agora: “A absoluta ausência de educação num país cujos estudantes tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais, concorrendo com crianças de países bem mais pobres; num país onde se aceita como Ministro da Educação um sujeito que não aprendeu a soletrar a palavra cabeçalho, porque jamais teve cabeça, e onde se entende que a maior urgência do sistema escolar é ensinar às crianças as delícias da sodomia – sem dúvida uma solução prática para estudantes e professores, já que o exercício dessa atividade não requer conhecimentos de português, de matemática ou de coisa nenhuma exceto a localização aproximada das partes anatômicas envolvidas…”

O autor cita mais, numa série, oito outras aberrações como estas, para concluir assim: “Enquanto o povo não perder o respeito por essa gente, nada de sério se poderá discutir no Brasil”.


Um comentário:

Wilma Rejane disse...

Muito bom e oportuno artigo!

Como professora endosso as ideias do texto, a educação vive em declínio, nossas escolas sucateadas e alvo constante de manobras governamentais para deturpar ao invés de educar.

Que Deus nos ajude

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