terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

PRISIONEIROS NO PRÓPRIO LAR

Francisco Miguel de Moura
        Autor

Neste momento cruciante da nossa vida civil e política, econômica e patriótica, somos submetidos às penas de prisão domiciliar, sem ter cometido nenhum crime, como vimos recentemente no Espírito Santo. E a população que se arriscava a sair à rua pra comprar alimentos ou remédios, entre outras coisas urgentes  - como enterrar seus mortos – foi duramente, covardemente atacada por centenas  de terroristas, por causa da greve dos militares que resolveram, em conluio com as mulheres respectivas, não saírem dos quartéis e, a mando dos superiores, cruzarem os braços. Todos nós vimos, horrorizados, pela internet, redes sociais e tevês, o flagelo da capital e de outras cidades serem ao mesmo tempo atacadas por desordeiros – por ordem de quem? - assaltando, fechando lojas e fábricas e matando os cidadãos que tiveram a desventura de serem mortos ou baleados e sem hospitais nem equipes de socorro que os atendessem. Justamente porque todos estavam no mesmo barco: sem terem a quem apelar, salvo a Deus.

Se uma classe se volta contra a sociedade, isto se chama rebelião, não importa que declare ser para reivindicar direitos seus. Conforme está escrito na Constituição, os militares não podem fazer greve, muito menos se voltarem contra a sociedade. Pior é que colocaram suas famílias como escudo, entre os quartéis e a população. Situação bastante aflitiva para o Brasil. Todos nós sofremos e lamentamos a morte de cerca de 140 pessoas, no mês, em poucos dias.  Ainda se fala, de certa forma, com grande pena, dos massacres nos presídios brasileiros - o mais recente acontecido no Rio Grande do Norte. Por conta da droga, do crime organizado, das brigas entre facções  adotadas pelos próprios residentes dos presídios. Se comparada uma situação com a outra, é mais grave o que aconteceu no Espírito Santo. 

Chegamos à anarquia, ao começo da guerra civil de que tenho falado nos últimos artigos. Caminhamos pra ela. Vinha sendo sutilmente encenada pelos terroristas do MST, com apoio do governo que caiu e do líder maior do partido do poder, tudo em consonância com os barões da droga, PCC e outros partidos de tiranos e carniceiros que têm por lema, descaradamente:  “TÁ TUDO DOMINADO”.

Nós, cidadãos, defensores dos direitos humanos no seu verdadeiro sentido, somos os prisioneiros do nosso lar. Sem direito à defesa própria por uma arma. E, pior, sem a proteção  das forças policiais que deveriam cumprir seu dever de guardar a sociedade contra os malfeitores.  A gente não pode, como cristão, querer vingança contra eles, a menos que seja rigorosamente dentro da lei, da Constituição, que eles mesmo violaram de propósito, arrimados nas armas e na força que têm – que é  outorgada por nós – e em ideologias alienígenas que trabalham contra tudo o que aprenderam no quartel: Amar o Brasil. Como se uma classe fosse o Brasil, um sindicato fosse o Brasil. Como as questões salariais pudessem ser resolvidas a ferro e fogo. Queremos o rigoroso cumprimento da lei diante de todos os implicados, inclusive as mulheres que lhes serviram de escudo.  É preciso que os nossos governos mostrem quem são criminosos e merecem cumprir penas, tornando-se inimigos da sociedade. De acordo com o crime de cada um, a justiça deve legalmente puni-los.     Não deixar brecha para que outras rebeliões aconteçam. Se assim não for,chegaremos ao fim da picada: seremos mortos, prisioneiros deles ou fugiremos como emigrantes, expatriados, etc. 

Diante dessa situação, já exposta em toda a imprensa brasileira, me vem à lembrança uma frase infeliz, não me lembro de qual autor, para dizer que ele foi muito infeliz colocando-a na testada de uma obra:“O melhor do Brasil é o brasileiro”. Se tivesse pensado mais teria dito como eu digo agora: “O MELHOR DO BRASIL É O BRASILEIRO QUE FOI EMBORA”. Sou crítico na prosa e na poesia. Assim, transcrevo um poema que fiz com o título SER BRASILEIRO:

  - “Quero ser brasileiro / me procuro no campo / de futebol e na pista de automóvel, / estou aqui, ali, acolá, além de lá, / mas não sou Deus nem diabo, / como o pão que ele amassou. / Sou vadio, não faço nada, / só samba e carnaval. / Samba, ora samba? / Carnaval, ora carnaval? / Eu queria encontrar-me brasileiro / na cor, no amor, na paixão. / No trabalho, neste não. / Brasileiro em todo lugar, / de todas as formas, / sem caráter nenhum.
// Corri mundo e não encontro: / Europa, Oceania e África, / Ilhas do Pacífico e Ásia, fui até o Himalaia / e não encontrei Brasil nem brasileiro. 
// Disseram que ele se chama Washington, / foi pra América falar, inglês / e nunca voltará. //  Como é difícil ser brasileiro!”

Sou de uma época em que o nacionalismo predominava. A gente lia “Porque me ufano do meu país”, do Visconde de Ouro Preto. A gente se postava na frente do Colégio todos os dias de aula e cantava, com reverência,  o Hino Nacional do Brasil. A gente lia a “História do Brasil”, de Rocha Pomba, onde, entre datas e textos dos acontecimentos mais importantes, via as figuras dos que fizeram o Brasil. Hoje voga o internacionalismo da moeda, dos bancos, do movimento financeiro, comércio e indústria mundiais, importando com tudo isto suas modas, seus cantores e ritmos, seu filmes dos bons aos mais estapafúrdios. Que fazer?

Pegando uma carona em “O livro dos valores”, do Des. Francisco Meton, pg.113, o que lemos e aprovamos, por ser também o nosso pensamento: “Aqui (no Brasil) a raça não se distingue pela persistência de uma virtude conservadora. Não há um fundo moral comum. Posso acrescentar mesmo que não há dois brasileiros iguais. Sobre cada um de nós seria fútil erguer o quadro de virtudes e defeitos da comunhão. Onde está, mudando de ponto de vista, a nossa virtude social? Nem mesmo a bravura, que é a mais rudimentar e instintiva, nós a temos com equilíbrio e constância, e de um modo superior. A valentia aqui é um impulso nervoso. Veja as nossas guerras, de quanta cobardia nos enchem a lembrança!… Houve um tempo em que se proclamava a nossa piedade, a nossa bondade. Coletivamente, como nação,  somos tão maus, tão histericamente, inutilmente maus!...”  Embora seja uma citação retirada do livro “Canaã”, de Graça Aranha (diálogo entre Maciel e Milkau, personagens do livro), para o escritor Francisco Meton é aceitável a análise sobre o povo brasileiro. Assim, para nosso exame, são dois autores com a mesma interpretação. Um povo prisioneiro dos maus é um povo fraco, sem iniciativa, de débil caráter, sem patriotismo, sem futuro. O BRASIL NÃO É UM PAÍS DO FUTURO! 
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(Publicado no jornal "O Dia", Teresina, PI, de 18/19 de fevereiro de 2017)

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