sexta-feira, 26 de agosto de 2016

PIAUÍ, TERRA QUERIDA, FILHA DO SOL...


Francisco Miguel de Moura*
Escritor, 
.

Piauí, terra filha do sol do Equador. Somos uma “terra filha” e não enteada, como a Globo, em seu silêncio, nos trata. Piauienses, somos filhos deste território imenso que é o Brasil. Que isso não seja razão para que façam vista grossa à nossa geografia, por aí afora. É preciso que os brasileiros e suas empresas (a TV Globo, por exemplo) saibam que o Piauí é um Estado da Federação Brasileira, que o Piauí existe realmente. Teresina é sua Capital (a cidade que o grande escritor Coelho Neto apelidou de “Cidade Verde”). E a “Serra da Capivara” é o berço do mais antigo homem que aqui aportou e viveu, desbancando a teoria dos Estados Unidos. Segundo eles, os primeiros habitantes do Velho Continente teriam passado pelo Alasca até chegarem à América do Norte. Mentira! Eles querem ter tudo, ser os maiorais.
Tudo isto e muito mais, que não vou falar aqui, é nosso valoroso Piauí.  Para a Independência do Brasil, demos o primeiro grito e fizemos a primeira batalha “A Guerra do Jenipapo”.
É necessário que esses homens e mulheres que fazem a mídia no resto do Brasil sejam alfabetizados geograficamente. Não saber onde fica a Serra da Capivara é demais! Nas Olimpíadas falaram: “É no Brasil”, mas silenciaram o Estado, pra não falar no Piauí, talvez por preconceito de pobreza.  Falo nos jornalistas, radialistas e nos da televisão.  
Todos nós assistimos aos jogos olímpicos e às transmissões excelentes da Rede Globo. Mas ela pecou por omissão, por ignorância ou por maldade, não citar o nome do Piauí, quando falou na “Serra da Capivara”. É imperdoável, repito.
Aliás, o Piauí só é citado na Globo, na parte do “Jornal Nacional”, quando, por obrigação, tem que mostrar todo o mapa meteorológico. E se apontam e destacam o Piauí, é pelo nosso bendito calor, como se não houvesse outro lugar mais quente. Há, entretanto, dias e estações em que o Tocantins aparece como mais quente do que nós.
Na transmissão das Olimpíadas, outro pecado imperdoável foi o de abreviar o Hino Nacional. Os símbolos de uma nação, aqui ou além, não podem ser adulterados, sob nenhum pretexto. São sagrados. Representam a Nação.
Senti tristeza, tanto quanto do insucesso da nossa Sarah Menezes, nascida em Timon - MA. Entretanto todos nós a consideramos piauiense, por sua vida, estudos e preparação técnica, tudo feito aqui. Sentimos a perda de sua medalha nessas Olimpíadas. Considero que foi falta de sorte, não posso acreditar em erro no julgamento dos pontos para chegar à batalha final.
Aliás, também já houve uma tentativa infrutífera de reduzir o nosso hino, o hino do Piauí, cuja letra é de um dos maiores poetas brasileiros, Da Costa e Silva. Porque nasceu aqui, seu nome permanece um pouco desconhecido dos fazedores de antologias e livros escolares, com sede no Sul e Sudeste, mas principalmente no Sul – São Paulo.  Este e outros males, agravados com advento do ENEM, fazem que as escolas de todo Brasil adotem uma linha predefinida e quase única de obras produzidas na Região Sul, por ordem não sei de quem, enviadas para todas as escolas do Brasil, para a rede de livrarias. Assim, como ficariam a regionalidade de nossa Educação, os problemas e singularidades regionais? As regiões, coitadas, como ficam? Que vão fazer, agora, seus literatos, geógrafos, historiadores, sociólogos e matemáticos? Será que não podemos contribuir com nada? Toda a ciência inteligente fica mesmo em São Paulo/Rio?  Toda a política cultural deve vir de lá, oficialmente de Brasília, que não sabe de nada, somente de corrupção? Mas só falam nisto quando alguns gatos pingados são presos pelo Dr. Sérgio Moro.
Quando o PT começou a mandar no Brasil, a partir de São Paulo, com o Lula e depois com a Dilma Roussef e sua “trupe”, foi que houve reviravoltas no país. Está na constituição. Os jovens não querem mais ser brasileiros, querem declarar-se de cor e assim conquistar, mesmo sem mérito, a vaga na Universidade. Para tanto basta declarar-se: – “eu sou afrodescendente”.  Todo o ensino oficial corrompeu-se: a língua e a maneira de ensinar-se (ou de emburrecer-se). Outrora, no meu tempo ainda, o Hino Brasileiro era cantado na Escola, todo dia, não apenas em dias de festa. Hoje ninguém mais sabe o seu hino. Sabe o hino do Rio de Janeiro, o hino do Flamengo, e por aí vai.
Lembro-me de uma frase bastante divulgada na imprensa do Sul, assim mais ou menos expressa: - “Vá ao Piauí, antes que ele se acabe! Era o tempo da Ditadura de 1964, mas o Piauí tinha um ilustre homem, aliás, dois, nos altos escalões: Petrônio Portela e Reis Veloso, no tempo do Geisel e sua abertura “lenta e gradual”. Então, Alberto Silva era nosso Governador. Foi quando ele, com sua equipe “karnaquiana” de jornalistas cunharam a seguinte frase que veio a apagar definitivamente aquela: - Venha ao Piauí, antes que você se acabe!
Nunca mais tivemos governador como o Alberto Silva, que amava o Piauí e tinha coragem de dizer aos quatro ventos, não importando de onde viessem os maus ou os bons sopros.  Quando teremos outro Governador assim, que cuide de divulgar, da melhor maneira possível, o nosso Piauí? Louvo pessoas como ele, o Alberto Silva; louvo pessoas como Niéde Guidon, que deu sua vida e sua alma pelos sítios encantados e as riquezas arqueológicas da “Serra da Capivara”, muitas vezes precisando brigar com as autoridades. Louvo os citados Petrônio Portela e Reis Veloso, que merecem nossas maiores homenagens pelo que fizeram pela nossa terra.


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...