Ir às compras e aparecer na tevê.
Eis o que sem malquerer se vê.
Gastar dinheiro e tempo à toa,
Por quê?
Se amanhã pode faltar? E você
Recorrerá ao banco ou ao cambista?
Que coisa mais me entrista
Um dia do consumista,
Na multidão para fazer-se uma pessoa
Pela tevê e pela massa, embora doa!
Perdeu de apreciar a lua à noite
E o sol que nasce toda manhã,
Onde ele nasce, e a neve onde ela cai,
Os bois, as vacas, todo animal que pasce...
Papai Noel é o Menino que nasce
Em seu coração por todas as manhãs.
Natal é dar-se sem esperar a volta,
Amar é estar só, sem nada, sem escolta.
Tudo é mentira, o homem desmerece
O tudo que tem e a sua messe
De graça,
Que passa.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, nasceu no Piauí, andou pelo Brasil quase todo e não viu uma cidade melhor para viver do que Teresina, onde mora e espera morrer. O calor de Teresina é apenas anedota, merece maior respeito.
Endereço eletrônico: franciscomigueldemoura@gmail.com
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