De vez em quando gosto de reparar meus baús novos e velhos: cartas, anotações, memórias, pensamentos, etc. de tudo se encontra lá. Encontrei em meu "baú" novo esta carta que me fez pensar quanto as pessoas distantes são muito mais atenciosas e generosas. No caso, Carmen Silvia Pressoto*, nesta carta que passo a divulgar:
Querido Francisco Miguel Moura, querido Poeta!
Antes que finde o ano, mais uma carta, mais um tempo de estar contigo em poesia. Recebi tua antologia já faz um mês, leio, perpasso cada verso, me adentro a este mundo de saudade e amor que tão bem sabes delinear e reviro-me em humanidade….
… faço de tua busca a minha, mordo metáforas, descasco palavras, invento o dia, chego a ti em palavras e amplio a busca:
Minha Busca
minha busca em palavras
Lavra meu ser
– agrava
meu fazer em poema
escrever o meu ser
– problema
minha vida em poesia
vencer meu ser
– adia
mordo a metáfora
de cada dia.
e depois sigo por nossas heranças, certa de que os sonhos é nosso tempo mais fértil, engravido de mim mesmo, rodopio entre os cantos que me sopras e o sonho não finda, a esperança se refaz por cada dístico e …
Herança
O sonho e
meu olho insone.
A queda e
meu coração em pânico.
O pássaro e
todo espaço em pane.
O rio e
e as águas em pântano.
O mar e
as ondas em morte.
Batáquios se engolem
na água, na terra.
Nem peixes se mirem
no ôntico espelho.
Nem pássaros cantem,
quebrem-se as asas.
Homem se vomitem
na noite crescida.
O tempo pede escuro.
E eu grávido
de mim mesmo.
E meu amigo, são muitos os poemas onde me perco, me encontro, volto a tecer o que minha alma sente, pressente para contigo chegar à eternidade…
Eternidade
Dá-me
O preto dos teus olhos
Para minha noite
E a alegria dos teus dentes
Com açoite.
Dá-me
As tuas mãos macias
Para o meu cansaço
E a harmonia dos teus sonhos
Como abraço.
Assim
possa amanhecer a eternidade.
Assim
Posso amanhecer a eternidade
E ter na idade, eterna idade, eternidade.
Dá-me
O teu riso florido
Para minha alma,
Todo sentimento do teu rosto
Me acalma.
Dá-me
A seda de tua pele
E o meu corpo cobre,
E te sonharei mais linda
E te amarei mais nobre.
E poema por poema, entre páginas amarelas, bem cuidadas, com cheiro de tempo vivo, de tempo poesia, chego a Um Rio em Chico Miguel, ensaios por onde fluo e adentro nas margens que te escrevem e junto a todos me banho, pois meu sentir conflui ao mar que és: Poesia certa desde a infância que ainda leva na pele adulta a liquidez de uma alma que por Amor amanhece, cria, amplia e compartilha.
Um beijo poeta amado e por todo teu sentir gracias e que 2013 siga sendo um tempo de Amor Poesia a ti e todos teus amigos e familiares e saibas, estou muito feliz sempre por estar entre eles.
P.Alegre, RS, 17 de dezembro de 2012.
Carmen Silvio Presotto*
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*Carmen Silvia Presotto – Poeta, contista, cronista, tem já uma longa folha de serviços a respeito da divulgação de poesia. Morta em Porto Alegre, onde tem movimentado a cultura e seus valores. Gracias!
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