sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

POEMAS E VERSÕES (ESPANHOL) - III




Poemas:
*Francisco Miguel de Moura
 
Versões:
**Divaneide Carvalho





                                                                   

FELICIDADE

Felicidade, às vezes, é uma coisa triste,
foge de nós qual no relógio os ponteiros,
ou como as flores, soberanas, nos canteiros,
não sabemos se foi, se é, ou porque existe.

Por que mais se vivendo, a gente não persiste
em gozar os momentos propícios, inteiros,
quando sabemos que nos esperam, traiçoeiros,
os arranhões da vida, a noite de arma em riste?

Deus, o’ Deus do ardiloso mundo que nos deste,
poderias tão bem nos ter mostrado o leste,
livrando-nos, em paz, tranquilos, do perigo!

Mas mesmo como és, louvo a generosidade
de fazer-me feliz, quando a felicidade
está no coração de quem anda comigo.



FELICIDAD


Felicidad, a  veces, es  una cosa  triste,
 huye de nosotros como en  el  reloj  las agujas,
o  como  las  flores, soberanas, en  los canteros,
no  sabemos  si  fue, si  es  o  por  qué  existe.

¿Por  qué  más  viviéndose, uno  no  persiste
en  gozar  los  momentos  propicios, enteros,
cuando sabemos que  nos esperan, traicioneros,
los arañazos de la vida, la noche de arma en ristre?

¡Dios, oh, Dios del  astuto mundo que nos diste,
podrías  tan  bien   habernos  mostrado el  este,
librándonos, en  paz, tranquilos, del  peligro!

Mas  igualmente como eres, exalto la generosidad
de  hacerme  feliz, cuando  la  felicidad
está  en  el corazón de  quien anda  conmigo.
          
ESPERA-ESFERA


Esperar... A virtude não se altera.
Esperando se perde, mas se alcança.
Se a vida toda é um círculo de espera,
não fiquemos aquém de uma esperança.

Eis a forma cabal: tanto se avança
quanto mais se esperar. Ah, quem nos dera!
E nessa rítmica e terrível dança
compomos, recompomos nossa esfera.

Não cantemos perdidas esperanças,
esses desgastes ficam nas andanças
das estrelas – excêntricas e feras.

Alma sedenta, em que te desalteras?
Mourejando no amor de tantas eras,
cultiva o bem e espera as esperanças.



ESPERA-ESFERA


Esperar... La  virtud  no se  altera.
Esperando se  pierde  mas se alcanza.
Si  toda  la vida  es un círculo de espera,
no quedemos aquende  una esperanza.

Aquí está  lo cabal: más se avanza
cuanto más se  esperar. ¡Ah, quién tuviera!
Y en  esa  rítmica y  terrible  danza
componemos, recomponemos nuestra esfera.

No cantemos perdidas esperanzas,
esos desgastes quedan en  las andanzas
de  las  estrellas ― excéntricas y  fieras.

Alma sedienta, ¿ en  qué  te desalteras?
Trabajando en  el amor de  tantas eras,
cultiva el bien y espera  las esperanzas.

                
AMOR Á MINUTA

      
Saí, saíste só, nos encontramos
num mesmo ponto não determinado.
Foi num lugar feliz.  Por que paramos?
Que novo mundo ali fora criado?

Vi teus cabelos desassossegados
como os teus olhos, como os nossos olhos.
Amor tão mudo, em corações alados,
era, decerto, o anúncio dos abrolhos.

Foste embora, com pouco... E eu saí.
Partiu-se em mim a vida, de tal modo
que ainda agora penso que te ouvi...

A voz do amor... E no ouvido trago-a,
e dentro em mim um firmamento todo
e todo um abismo para conter mágoa.


  AMOR A LA MINUTA


Salí, saliste sola, nos encontramos
en un mismo punto no determinado.
Fue en un lugar feliz.¿Por qué paramos?
¿Qué nuevo mundo allí había sido creado?

Vi  tus  cabellos  desasosegados
como tus  ojos, como nuestros ojos.
Amor  tan  mudo, en corazones alados
era, ciertamente, el anuncio de los abrojos.

Te  fuiste, con  poco...Y  yo  salí.
Se  partió  en  mí  la vida, de tal modo
que  aún ahora  pienso que te oí....

La  voz  del  amor...Y  en  el oído la traigo,
y dentro de  mí  un  firmamento todo
y  un abismo para contener la amargura.

AMOR RELÂMPAGO


Faz muito tempo! Me parece um sonho
de longínquo passado sem sentido,
quando te vi, na hora da chegada,
depois, à mesa do café, sorriste.

Falamos pouco, um pouco quase tudo,
eu nos teus olhos todo me contendo,
tu nos meus olhos repousando a alma,
como se os dois, de só, vivessem juntos.

Mas, ai, que o amor só ia começando!
E eis que a festa terminou tão cedo,
e eu com tanta ilusão nos meus sentidos!...

Ai, que tristeza!  À hora da partida,
me desapareceste sem um beijo,
para eu guardar no resto dos meus dias.

AMOR  RELÁMPAGO


Hace mucho tiempo. Me  parece un sueño
de  lejano  pasado  sin  sentido,
cuando te  vi, a  la  hora de  la  llegada,
después, a  la  mesa del café, sonreíste.

Hablamos  poco, un  poco casi  todo,
yo  en  tus  ojos   conteniéndome todo,
tú  en  mis  ojos  reposando  el  alma,
como si  los dos, de  solos, viviesen  juntos.

Mas,¡Ay, que el  amor sólo iba  comenzando!
Y  no es  que  la  fiesta  terminó tan  temprano,
¡Y  yo  con  tanta  ilusión en  mis  sentidos!...

¡Ay, qué  tristeza!A la hora de la partida,
te  me  desapareciste  sin un beso,
para  que  yo  lo guarde en  el  resto de  mis días.
_________________________________________________


Nota importante: - a imagem que ilustra esta postagem foi captada na internet, através do site:
www.overmundo.com.br
****************
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, autor de 30 livros, mais ou menos metade deles de poesia. Elogiado por Drummond, na quando saiu "Universo das  Águas", 1979. Mora em Teresina, PI.
Teresina, PI
**Divaneide Carvalho, professora, poetisa, tradutora, autora já de um livro de poemas e de várias traduções e versões, incluse de poemas de H. Dobal. Mora em Teresina

2 comentários:

carmen silvia presotto disse...

Que bela parceria esta, um prazer sempre entrar aqui e sair banhada de boa poesia, beijos aos dois e boa semana Poeta!!


Carmen.

CHIICO MIGUEL disse...

Obrigado, amiga Carmen. Estou dobado para fazer um exame. Tratamento. Torça pela meu restabelecimento.
Beijo
P. Estou no PC de minha esposa
francisco miguel de moura

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...