quarta-feira, 27 de agosto de 2025

 


SAUDADE OCEÂNICA

               

           Francisco Miguel de Moura*

 

Na partida, um oceano sem escolta

cala meu peito em descontentamento.

– Vais aonde – eu pergunto – onda revolta? 

E ela me corta o coração  por dentro.

 

Sou areia, sou rocha e, em meu tormento,

choro e declamo, e o fogo me devora;

qual vulcão que nos mostra o epicentro,

outro vulcão me nasce aqui por fora.

 

Na partida, eu prometo consolar-me

do vácuo que me tolhe. E, sem alarme,

no amor a Deus apenas me concentro.

 

Meu mundo é solidão, é só saudade

de quem levou minha tranqüilidade,

de quem partiu meu coração por dentro.

_______

*Francisco Miguel de Moura, Poeta, mora no Piauí

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimo!! O poeta Chico Miguel nos traz a dor da saudade tão grande quanto a imensidão do mar tão forte quanto o lanhar do arpão .

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