A FALTA DO ESPÍRITO
Francisco Miguel de Moura*
Outrora eu tive
angústias tão exasperantes
Como não crer em
Deus, não querer o futuro.
Hoje, disto
curado, inda mal me seguro,
Sem ter, nem
encontrar certezas fascinantes.
E em vão saram
feridas dum velho viajante
De todo resolvido
a construir sua obra
Sem voltar-se ao
espírito, uma nova dobra
Pra expulsar o
veneno solto a cada instante.
Perante a
humanidade igual a mim, sem fé,
Menti ser
diferente, e me fazendo até
Acreditar que bem
mostrava novo exemplo.
Hoje, o saber
humano, eu sei, feito de lama,
No proscrito me
atira onde fiz minha cama
Porque só de
matéria bruta fiz meu Templo.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em
Teresina-PI,
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