ESSA
CHUVA
Francisco Miguel de Moura*
Essa
chuva a bater no meu telhado,
pelas
bicas descendo em borbotão,
tangida
a raio, a ronco de trovão,
dá-me
um sono tranqüilo e temperado.
Essa
chuva matando a sede ardente
dos
animais, das árvores, da terra,
dá
pinceladas verdes sobre a serra,
cai-me
no peito carinhosamente.
Essa
chuva tão forte e barulhenta,
que
não é “chuva de resignação”,
vem
da lira de Deus que se arrebenta.
Essa
chuva engravida, com certeza,
a
semente do amor no coração...
Abre-se
em flor e fruto a natureza.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta. Este soneto está
em “Areias”, minha estreia, reeditado agora, depois de
55 anos.
3 comentários:
A chuva é parte da vida da mãe Terra.
Lindo!!!
Obrigado, aos que visitam meu blog
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