ESTADO DE GRAÇA
Francisco
Miguel de Moura*
Ó meus poemas de pássaro viageiro,
de mãos se encontrando no rastro
do passado, prevendo o futuro,
e pousado nas veredas da infância,
abre tuas asas
ao sol nascente,
rasga o ar, para romper o futuro...
Por que tantos morrem ao nascer
e aos poucos ressuscitam na glória
de nova vida e a força pelo amor,
como a lua crescente, aos cochilos
de sons de violinos
ressonhados?
Basta de poemas perdidos, borrados,
á margem sedenta de rios arrasados.
Poemas cegos, sob o topo de títulos
deslisando as chaves vãs, enferrujadas,
carcomidas pelo sem-fim de metáforas
até ao rés do chão como se buscassem
copos secos, nas letras dos epitáfios.
Meus poemas caminham nas nuvens,
livres, sobre o ar sufocante do infinito.
Meus poemas são páginas de minha alma.
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*Francisco
Miguel de Moura, poeta brasileiro.
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