PRÉ E PÓS PERIPANDÊMICOS
Francisco Miguel de Moura
Em poesia da melhor, por meio dos
poetas Luiz Aírton Jr., Leandro Cardoso Fernandes, Diego Mendes Sousa, Marcos
de Sousa Freitas e Rafael Noleto, chega-nos esta transfigurada luta espiritual
contra o Covid 19, cada um com sua voz ora suave, ora vibrante, ora em cicios, traduzindo
em simples palavras que são versos, poemas, testemunhos e participantes da
crise humanitária que abalou o mundo, nestes últimos anos e continua a
preocupar, sabe Deus até quando.
“PERIPANDÊMICOS”, por ser uma simples antologia, fica
difícil dizer da sua unidade estilisticamente, salvo aquela que se refere ao
tempo, quando o mundo conviveu e convive ainda com o demoníaco vírus. Poetas
como Diego Mendes Sousa, Marcos Freitas e o Luiz Airton Jr, este o organizador
da obra, para citar apenas os três mais conhecidos do público, são a
representação do que há de melhor e mais nitidamente poético nestes agudos
tempos de sofrimento.
Assim
vejo os cinco poetas componentes da obra, unidos pelo mesmo tema, onde aparecem
até sonetos, provando a ambição de unir poéticas do passado, do presente, já
apontadas para o futuro próximo e pouco previsto. Respeitado o que se denomina
de estilos pessoais, o que mais importa para o público comum é o tema, a dor, a
guerra contra o vírus, as lágrimas que eles transfiguram em versos como se
diante dos caixões fechados dos entes queridos, mães, pais, avós, irmãos e
tantos outros, mesmo sabedores de que “palavra nenhuma suporta a dor da
solidão”, eles confirmam o que disse
outro grande poeta, o romântico-moderno Guilherme de Almeida: “Há lágrimas
que correm pela face / e outras que rolam pelo coração.”
“A poesia salva”, tenho dito em outras partes, e
agora acrescento que, sem poesia, o mundo fica mais pesado, mais triste, mais
desumano. Poesia é beleza, é bondade, é a palavra virgem, na força que vem da
alma e voa até aqueles que a ouvem ou imaginam. Não custa elogiar a poesia que
vem para minorar a profunda dor que experimentamos física e socialmente, nesta
pandemia, reunida em P E R I P A N D Ê M I C O S, formando uma espécie de
epopeia da ultramodernidade, de autoria dos aedos já mencionados. Dizendo
assim, faço a ligação que eles mesmos se fazem citando nas epígrafes dos seus
poemas, nomes famosos como Carlos Drummond de Andrade, Antônio Carlos Sechinn,
Augusto Frederico Schmidt e outros da mesma estatura.
Embora que seja por alguns momentos, a salvação pela poesia
é necessária. E nesta obra os autores, por diversas formas, fazem sentir que a vez,
a voz e a cor da poesia podem minorar a solidão e mostram novo caminho para os
passos que ainda haveremos de dar, em busca da vitória desta batalha e de
outras que o mundo venha a nos oferecer.
PERIPANDÊMICOS é, realmente, uma obra forte e rica,
admirável em todos os sentidos.
Teresina, 22/06/2022.
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