terça-feira, 28 de junho de 2022

 


FRANCISCO MIGUEL DE MOURA*

      (Matéria para o livro da ALVAR)

 

I -PARTE: 

História: Texto do surgimento da ALVAR  e dos municípios que congrega.

 (Autoria do Presidente  Nilvon Batista)

II - BIOGRAFIA DO AUTOR E DA PATARONESSE

                                         AUTOR                              

         Francisco Miguel de Moura, também conhecido como Chico Miguel, nasceu em Jenipapeiro, (hoje Francisco Santos-PI), em 16/06/1933 e reside em Teresina-PI.  Formado em Letras pela UFPI e pós-graduado pela UFBA. Aposentado (Banco do Brasil).  Colabora em todos os jornais do Estado; nas revistas “Literatura”, de Brasília, na “Poesia para todos”, do Rio; na “Presença”, de Teresina e em outros jornais e revista do Brasil e do exterior.  Membros da Academias Piauiense de Letras, da Academia de Letras da Região de Picos e da Academia de Letras do Vale do Riachão.  Obras publicadas: Já vão a mais de 40. Cito as principais em poesia:  “Areias”, 1966, “Pedra em Sobressalto”, 1972; “Universo das Águas”, 1979; “Bar Carnaúba”, 1983; “Quinteto em mi(m)”, 1986; “Sonetos da Paixão”, 1988; “Poemas Ou/tonais”, 1991; “Poemas Traduzidos”, 1993; “Poesia in Completa”, 1998/2018 (1ª e 2º edições); Vir@gens, 2001, Sonetos Escolhidos, 2003. Participou da antologia “A Poesia Piauiense do Século XX”, org. por Assis Brasil, e de outras, inclusive no exterior (Estados Unidos, França, Cuba e Portugal). E organizou a antologia “Poemas e Poetas mais Amados”, 2020. Romances: “Os Estigmas” (1984), Ternura” (1993) “Laços de Poder” (1991), e “D. Xicote” (2010).  Contos: “Eu e meu Amigo Charles Brown” (1986), “Por que Petrônio não Ganhou o Céu” (1999) e “Rebelião das Almas” (2001). Crônicas: “E a Vida se Fez Crônica” (1996) e “A graça de cada dia” (2009). Ainda em prosa, o memorial “O menino quase perdido” (2009). Crítica literária: “Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho” (1972/1997), 1ª e 2ª ed. e “A Poesia Social de Castro Alves” (1979). Além destes, na área de história, publicou “Piauí: Terra, História e Literatura” (1980), “Literatura do Piauí”(2001/2013), “Miguel Guarani” (2005)  e “Minha História de Picos”( 2017)  Críticos que apreciaram suas obras: Fábio Lucas, Nelly Novaes Coelho, Rejane Machado, Paulo Nunes Batista, Moura Lima, Rosa Maria dos Santos, Deolinda Marques, Maria Figueiredo Reis, Olga Savary e Francisco Venceslau dos Santos, entre muitos outros.

                                   PATRONESSE:

        Teresinha de Jesus Moura Almeida nasceu em Jenipapeiro (hoje Francisco Santos-PI), em 04/11/1934. Filha de Miguel Borges de Moura e Josefa Maria de Sousa, era casada com Mariano Rodrigues de Almeida, de cujo casamento nasceram 6 (seis) filhos. Lecionou em Rodeador, hoje Sto. Antônio de Lisboa-PI, e em Jenipapeiro, hoje Francisco Santos-PI. Era bastante dedicada à profissão e estimada pela competência e pelo jeito  suave e prazeroso de lidar com os alunos. Faleceu em 02/12/1969, em Picos (PI), vítima de uma cirurgia para retirar pedras de sua vesícula.

III - TEXTOS:

O CÉU E A TERRA

       “Meus pés sonham suspensos no abismo”

                                                       Roberto Piva

Porque rias, menina? O universo balançava

quando os céus e terra te tocaram em cheio.

 

Ri, eu também, contigo, pela juventude

interior, por despachar aqueles dissabores,

que o amor envelhecido é um vinho amargo.

 

Surgias, num átimo, em meu novo caminho,

por isto fiquei longe, estavas contra mim.

 

Fiz mil loucuras, paixões e quis lutar,

e de martelo e foice cambalhotar no ar.

 

Não briguei pelas penas, pendurado e grave,

vergonha de anjo rebelde e condenado,

mudei asas, cor e rumo... Quanto abismo!

 

E te espero no espaço entre o céu e a terra,

de mãos abertas e sorrisos sem dentes,

pra reviver o amor duma era esmaecida.

 

AMOR, SEMPRE AMOR (1)

              (para Maria. M. A. Moura) 

Eras tu a mais linda da cidade.

E eu cheguei, um matuto impertinente,

apelidado até de inteligente

por colegas, amigos na verdade.

 

Teus sorrisos me enchiam de vaidade

e àqueles que te tinham de inocente,

e a mim me enfeitiçaram de repente,

como ninguém calcula. Ninguém há de

 

saber o que lutei para ganhar-te,

para querer-me ali, e em qualquer parte,

e, enfim, nos enlaçarmos com ardor.

 

Fogo em que conservamos, te asseguro,

a minha felicidade e o teu futuro

para viver tão puro e santo amor.


AMOR, SEMPRE AMOR (II)

              (para Maria. M. A. Moura)

 

Mudam-se tempos, vidas e pesares,

mas, como outrora, a amar continuaremos.

Amo-te mais, não queiras nem saber,

amas-me mais, agora é como sempre.

 

Se outrora caminhamos de mãos dadas,

era o medo do mundo e suas garras.

Já hoje nos soltamos pra andar juntos,

pra mais amar, que o nosso amor se aclara.

 

Teu corpo de menina e de mulher

que tanto outrora já me deu ciúmes,

hoje é prazer e graça como nunca.

 

Sendo eu feio, invulgar, e tu, tão bela,

formamos lindo par por toda a vida

e abraçaremos outras se inda houver.

_______________ 

 *Francisco Miguel de Moura, membro da ALVAR (Academia de Letras do Vale do Riachão), cadeira nº 1. Mora em Teresina, poeta e prosador, conforme biografia acima, o qual postou esta matéria para integrar o LIVRO DA ALVAR, a sair brevemente.

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 27 de junho de 2022

 

SERÁ SANTO O AZUL?

             Francisco Miguel de Moura

 

Nuvens pretas rodam no dia,

menos quando o sol as apaga.

 

Nuvens de azul são noivas,

sonho de noivos que não se acham.

 

Nuvens balões nas tardes de abril

Iludi-me por vós, que tanto sonhei.

 

Sois a graça de Deus de mim inda longe,

sois os sonhos dos homens que sonham.

 

Desenhos e borrões não mais não,

tudo que foi como se ainda fosse

e nada tivesse deixado de ter sido.

 

Viver em abril, viver e feliz,

amar em abril, amei bem feliz!

Poeta em abril, que imenso sonhar!

 

Ao poeta, em abril, não falta nada,

salvo subir ao céu nas asas dos anjos

          Santos anjos de Deus.

_______

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro


quarta-feira, 22 de junho de 2022

 

PRÉ E PÓS PERIPANDÊMICOS

                                     Francisco Miguel de Moura

 

          Em poesia da melhor, por meio dos poetas Luiz Aírton Jr., Leandro Cardoso Fernandes, Diego Mendes Sousa, Marcos de Sousa Freitas e Rafael Noleto, chega-nos esta transfigurada luta espiritual contra o Covid 19, cada um com sua voz ora suave, ora vibrante, ora em cicios, traduzindo em simples palavras que são versos, poemas, testemunhos e participantes da crise humanitária que abalou o mundo, nestes últimos anos e continua a preocupar, sabe Deus até quando.

          “PERIPANDÊMICOS”, por ser uma simples antologia, fica difícil dizer da sua unidade estilisticamente, salvo aquela que se refere ao tempo, quando o mundo conviveu e convive ainda com o demoníaco vírus. Poetas como Diego Mendes Sousa, Marcos Freitas e o Luiz Airton Jr, este o organizador da obra, para citar apenas os três mais conhecidos do público, são a representação do que há de melhor e mais nitidamente poético nestes agudos tempos de sofrimento.

Assim vejo os cinco poetas componentes da obra, unidos pelo mesmo tema, onde aparecem até sonetos, provando a ambição de unir poéticas do passado, do presente, já apontadas para o futuro próximo e pouco previsto. Respeitado o que se denomina de estilos pessoais, o que mais importa para o público comum é o tema, a dor, a guerra contra o vírus, as lágrimas que eles transfiguram em versos como se diante dos caixões fechados dos entes queridos, mães, pais, avós, irmãos e tantos outros, mesmo sabedores de que “palavra nenhuma suporta a dor da solidão”,  eles confirmam o que disse outro grande poeta, o romântico-moderno Guilherme de Almeida: “Há lágrimas que correm pela face / e outras que rolam pelo coração.”

          “A poesia salva”, tenho dito em outras partes, e agora acrescento que, sem poesia, o mundo fica mais pesado, mais triste, mais desumano. Poesia é beleza, é bondade, é a palavra virgem, na força que vem da alma e voa até aqueles que a ouvem ou imaginam. Não custa elogiar a poesia que vem para minorar a profunda dor que experimentamos física e socialmente, nesta pandemia, reunida em P E R I P A N D Ê M I C O S, formando uma espécie de epopeia da ultramodernidade, de autoria dos aedos já mencionados. Dizendo assim, faço a ligação que eles mesmos se fazem citando nas epígrafes dos seus poemas, nomes famosos como Carlos Drummond de Andrade, Antônio Carlos Sechinn, Augusto Frederico Schmidt e outros da mesma estatura.

          Embora que seja por alguns momentos, a salvação pela poesia é necessária. E nesta obra os autores, por diversas formas, fazem sentir que a vez, a voz e a cor da poesia podem minorar a solidão e mostram novo caminho para os passos que ainda haveremos de dar, em busca da vitória desta batalha e de outras que o mundo venha a nos oferecer.

          PERIPANDÊMICOS é, realmente, uma obra forte e rica, admirável em todos os sentidos.

                                                                       Teresina, 22/06/2022.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

 

AO FECHAR DO DIA

         Francisco Miguel de Moura

 


Quando a nossa vida corre,

ninguém quer saber se morre...

Viver é tribulação

que vem e vai sem razão,

onde se cruzam as almas,

depois de baterem palmas

ante as alças de um caixão.

Assim, melhor ter amigos

Mais longe dos inimigos...

Viver também é paixão.   

 

             Teresina-PI, 16/06/22

________

Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro,

Mora na  encantadora Teresina, no Piauí.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

 




ASSIM, VIDA

 

     Francisco Miguel de Moura

 

A vida é o dia que passa

A vida é o canto que encanta

E a vista que se levanta

Pra quem é cheio de graça.

 

Mulher, a ave que passa,

Que dança e ri como for,

Seu riso é ouro sem jaça,

É um prenúncio do amor.

 

A vida assim vai passando

E nós por ela – passados,

O mundo, enfim, vai flanando,

Até que somos largados

 

Por aí, ao deus dará

E deus é certo e mais forte,

Tal como a vida nos dá,

Com certeza dá a morte.

 

E se uns abrem asas, voam,

Os que ficam não perdoam.

 

 

                       Francisco Miguel de Moura

                                   Poeta brasileiro

sexta-feira, 10 de junho de 2022

 



LÍNGUA PORTUGUESA

                           Olavo Bilac

Última flor do lácio, inculta e bela
És, a um tempo, esplendor e sepultura
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela

Amo-te assim, desconhecida e obscura
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo
Amo-te, ó rude e doloroso idioma

Em que da voz materna ouvi: Meu filho
E em que Camões chorou, no exílio amargo
O gênio sem ventura e o amor sem brilho.

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NB: Eu, Francisco Miguel de Moura, em homenagem ao Dida Língua Portuguesa, publico este soneto de um dos maiores poetas brasileiros, Olavo Bilac.


quinta-feira, 9 de junho de 2022

 


REVERSOS SENTIMENTOS

 

Reversos Sentimentos! Que nome expressivo e inteligente para um livro de crônicas!  E é com este título que Romanilta Rocha, nome literário da autora de “Reversos Sentimentos”,  apresenta  ao  público seu primeiro livro.

A autora nasceu em São Julião-PI, lá onde praticamente começa o nosso rio Riachão. Fica no sertão do Piauí e de cuja região têm saído tantas personalidades que se destacam na vida intelectual e social. Profissionalmente, Romanilta Júlia  Rocha Santos é professora da área de linguística aplicada e mora em Teresina, PI.  

Romanilta Júlia Rocha dos Santos, nome completo da autora de “Reversos Sentimentos”, é uma dessas pessoas que surgem para a vida intelectual com muita garra, seriedade e decisão.  Mas não somente isto. É bom lembrar a expressão tão carinhosa com que Romanilta se refere à família e, especialmente, a sua mãe Júlia, cujo nome foi acrescentado ao seu prenome: Romanilta Júlia, como usa artisticamente.

Por isto e por muito mais, Romanilta é participante ativa da Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR). Digo assim, depois de ler suas crônicas publicadas nas redes sociais, quando passei a nutrir forte admiração por sua forma desprendida de escrever e contar o que vive, pensa e admira, colocando tudo isto em seus escritos, com graça, beleza e sabedoria.  Nas crônicas deste livro, joga sua alma de pessoa extremamente sensível, terna e apaixonada pelo que faz, construindo sua obra com muito amor e compreensão do mundo onde vivemos.

São vivas, doces e quase poéticas, mas de fácil leitura, as crônicas reunidas pela autora. Demonstram sua capacidade no agir e reagir.  Crônicas que, como “Devaneio” e “O grande dia”, ultrapassam o comum perfil do gênero crônica, e até parece que a autora quis chegar ao estilo do conto, uma das artes mais difíceis de construção.

Parabéns, Romanilta Júlia! Para a frente!

O mundo da arte é difícil, porém seus frutos são muito agradáveis, visto que nele colocamos nossa força, nosso amor e nossa alma. Como você está fazendo  neste valioso livro de crônicas.

            Teresina, PI, 09.06.2020

            Francisco Miguel de Moura - Escritor

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