terça-feira, 1 de março de 2022

 


SECO E SÓ

   Francisco Miguel de Moura

 

No orgulho, se rebola,

por olhos de arremedo.

As feras do secreto,

do não-ser desdenham

no fundo do sentir:

inventário do nunca.

É ninfa que se torra

sem voz, só esqueleto,

a brandir surdamente...

Por si, o próprio algoz

de pernas de estupor,

sucumbe ao próprio peso.

__________

*Francisco Miguel de Moura, o poeta.

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