OS LIMITES DA DOR
Francisco
Miguel de Moura
(o Poeta Chico Miguel)
A dor não tem limites,
no sapato ou na alma.
Por menor, (quem duvida?)
contínua... É que cresce,
jamais transfigurada.
É substância ilhada,
no muro, sem vizinho.
Cavalga, sem espada,
apesar de suspensa,
entre os céus e a terra.
Fere e é ferro em brasa.
Pedra e não derrete
em choro, e se arrasta.
Sublima, amena... E cai
em terra prosternada!
Dói onde não pode,
e no sumir, se abrasa.
Já berrar não pode,
entre o barco e a água.
A dor não tem nome,
no gelo, não derrete,
no fogo, não fumaça
A dor não se transfere...
É pura iniquidade.
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