domingo, 6 de fevereiro de 2022

 

                                                        
                                      OS LIMITES DA DOR

  Francisco Miguel de Moura

      (o Poeta Chico Miguel)

 

A dor não tem limites,

no sapato ou na alma.

Por menor, (quem duvida?)

contínua... É que cresce,

jamais transfigurada.

É substância ilhada,

no muro, sem vizinho.

Cavalga, sem espada,

apesar de suspensa,

entre os céus e a terra.

Fere e é ferro em brasa.

Pedra e não derrete

em choro, e se arrasta.

Sublima, amena... E cai

em terra prosternada!

Dói onde não pode,

e no sumir, se abrasa.

Já berrar não pode,

entre o barco e a água.

A dor não tem nome,

no gelo, não derrete,

no fogo, não fumaça

A dor não se transfere...

É pura iniquidade.

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