(homenagem a F. Pessoa)
Ridículo fazer poema a qualquer nada:
- É nadar em seco sobre um fundo lago.
Cartas de amor, quantas eu fiz, eu fiz
num tempo de paixões de amor, sem paz!
Tanto que enxuguei mais de mil lágrimas:
- Lixo do que se erguia de minha alma.
Quando meus olhos abri ... Era o inferno
que me fechava os olhos para o claro.
E hoje me divirto, ainda que pouco,
com o nada de mim, dos meus guardados.
Minhas dúvidas, se lembro, não são nada,
para o verde demais, sem flor/ nem fruto,
de um florido jardim sem sol, nem sal,
feito de versos e de versões esdrúxulas.
Por meus enganos, não senti saudade,
saudades que
revivem trovas, trapos
de palavras voando em signos incolores.
Hoje, as cartas de amor se fazem poesia
à beleza dos sonhos meus - sua anarquia...
Depois de tudo, eu quis a eternidade,
quebrei meu rádio...ouvindo o meu silêncio,
no além de Pessoa... Pra
não ser amargo.
____________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, sim senhor. apesar de ser picoense e morar em Teresina PI, a bela Capital do Estado
2 comentários:
Cartas sempre nos trazem surpresas. Cartas de amor nos trazem um gosto de vale a pena viver intensamente.
Obrigado! Vou tentar abrir seu blog. Vamos manter contato. É recomendavel. para atravessar esta quarentena, por causa do Coronavirus.
Postar um comentário