sexta-feira, 1 de maio de 2020

CARTAS DE AMOR SEM PESSOA









Francisco Miguel de Moura 
  (homenagem a F. Pessoa)

Ridículo fazer poema a qualquer nada:
- É nadar em seco sobre um fundo lago.

Cartas de amor, quantas eu fiz, eu fiz
num tempo de paixões de amor, sem paz!
Tanto que enxuguei mais de mil lágrimas:
- Lixo do que se erguia de minha alma.

Quando meus olhos abri ... Era o inferno
que me fechava os olhos para o claro.
E hoje me divirto, ainda que pouco,
com o nada de mim, dos meus guardados.

Minhas dúvidas, se lembro, não são nada,
para o verde demais, sem flor/ nem fruto,
de um florido jardim sem sol, nem sal,
feito de versos e de versões esdrúxulas.

Por meus enganos, não senti saudade,
saudades  que revivem trovas, trapos
de palavras voando em signos incolores.
Hoje, as cartas de amor se fazem poesia
à beleza dos sonhos meus - sua anarquia...

Depois de tudo, eu quis a eternidade,
quebrei meu rádio...ouvindo o meu silêncio,
no além de Pessoa... Pra não ser amargo. 
____________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, sim senhor. apesar de ser picoense e morar em Teresina PI, a bela Capital do Estado

2 comentários:

o mar e a brisa do prazer de aprender disse...

Cartas sempre nos trazem surpresas. Cartas de amor nos trazem um gosto de vale a pena viver intensamente.

CHIICO MIGUEL disse...

Obrigado! Vou tentar abrir seu blog. Vamos manter contato. É recomendavel. para atravessar esta quarentena, por causa do Coronavirus.

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