Música
e cor, sinais de Deus:
– harmonia,
aroma, desespero, silêncio.
A
música é um belo panorama que se ouve
com
todos os sentidos e cria o impossível.
Elas
estão comigo, no meu jardim,
à
noite, vendo as estrelas. Podemos conversar,
Amo-as.
Entender, não.
E
não entendo porque não sei cantar.
Oh!
já sou cantado e encantado em poesia,
amem,
amemos, amém.
A
lua é minha irmã à noite, rezo à sua imagem;
o
sol, durante o dia, miro nos seus raios,
me
abebero do calor, aspiro a luz.
Natureza,
música dos sons,
mistura
das ruas: – carros, motos, bicicletas,
ruído
de abertura de um portão, passos de gente:
tudo
isto abre meu coração.
As
flores do meu jardim, brancas, amarelas vermelhas,
cor
de rosa, de todas as cores do arco-íris e mais
os
tons de verde, marrom, azul e cinza...
Cor
dos olhos, das palavras, dos rios e dos rochedos
no
mar, dos homens, das lágrimas e dores.
Mas
hoje quero cantar este jardim
que
acalma minha noite:
–
Feche os olhos, amigo, e verás lindas nuances
do
preto: vida e movimento;
São
as cores do outro lado da luz e dos besouros.
Quero
cantar (e me encantar também)
com
as mimosas azuis que vieram do campo,
que
se alegram, como eu, serenas, noturnas,
esquecidas
neste canto do mundo.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí-BR.
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