Francisco Miguel de Moura*
Esquece, por enquanto o mundo
não te conhece,
Não há razões para abraçá-lo
com tanta força.
Esquece que nasceste como
milhões por dia,
Esquece quem te amou
perdidamente um instante,
Pra depois esquecer-te e
dizer: “para sempre”.
Esquece que te quero, mas não
sei até quando,
Esquece tudo que cantaste e que
o outro chorou:
Lágrimas não valem nada, nem
o rosto que molha.
Senta-te no batente de tua
casa e vê nascer o sol,
Quando levanta quente e
forte, com força e luz.
Senta-te à tarde e vê que ele
se põe no horizonte
E, ao contrário da vinda, nem
te viu... Ofuscou.
Mas não te esqueças da lua
quando vem cheia
Apaga tua sonolência e depois
enche-te os olhos...
Com a madrugada fria, quando pela
primeira vez
Bebeste um gole de tristeza,
de saudade e dor,
Por aquela que te disse: “Amo-te
eternamente”!...
E depois desapareceu... Morta
ou viva, que importa?
Não importa: O tempo não
corroe, o tempo corre
E é sempre o mesmo que te
assanha a cabeleira
E sibila ao teu ouvido: - “Esquece,
esquece tudo,
Que eu não volto mais”!...
______________
*francisco miguel de moura é poeta e prosador brasileiro, mora em teresina, mas, por via de estudo ou trabalho, já morou no rio de janeiro, em salvador, itambé e picos. atualmente mora na capital do piauí - teresina.
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