Ricardo Noblat
O valor da propina paga a Paulo Roberto Costa para que ele facilitasse 
negócios de uma empreiteira com a Petrobras dá uma pálida ideia do 
tamanho da corrupção que entope os dutos da empresa.
O valor: US$ 23 milhões de dólares, segundo apurou Jailton de Carvalho,
 repórter de O Globo. Ou R$ 55,2 milhões, o equivalente a 10% do que a 
prefeitura do Recife, por exemplo, pretende investir na cidade em 2015.
Ex-diretor da Petrobras, preso há mais de quatro meses, Paulo Roberto 
fechou um acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução 
de pena. Fez isso depois que soube que uma de suas filhas poderia ser 
presa.
Em mais de 100 depoimentos que já prestou à Polícia Federal e à Justiça
 do Paraná, Paulo Roberto também confessou ter recebido US$ 1,5 milhão 
(R$ 3,6 milhões) para “não atrapalhar” a compra pela Petrobras da 
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Pasadena foi um  negócio de US$ 1,3 bilhão. Causou grave prejuízo à 
Petrobras. Na época, foi aprovado pelo Conselho de Administração da 
empresa presidido por Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil da 
presidência da República.
Sim, por ela mesma, apresentada por Lula como melhor gestora do que ele.
Dilma desculpou-se, alegando que se baseara num parecer técnico “falho”
 quando votou pela compra de Pasadena. A República teme o que Paulo 
Roberto tenha contado a respeito desse e de outros negócios.
Há dezenas de deputados federais, senadores, ex-governadores e 
ex-ministros envolvidos na corrupção da Petrobras. Um dos nomes citados 
por Paulo Roberto foi o de Renan Calheiros (PMDB-AL), atual presidente 
do Senado.
Todas as grandes empreiteiras do país estão metidas no rolo. Duas 
delas, pelo menos, estudam a hipótese de admitirem sua culpa para 
escapar de condenações mais duras.
Desde que o PT chegou ao poder pela primeira vez em 2002, eleições 
gerais por aqui são sempre sacudidas por escândalos de médio ou grande 
porte.
Foi assim em 2006. Ali, aloprados do PT forjaram um dossiê para 
incriminar políticos do PSDB. O mensalão estourara um ano antes.
Foi assim em 2010. Uma ala da campanha presidencial de Dilma se mexeu 
para forjar outro dossiê contra adversários do PSDB. Uma vez descoberta a
 trama, a própria Dilma interveio e pôs um fim a ela.
O mensalão foi um esquema de pagamento de propina para que deputados federais votassem como mandava o governo.
A lama que suja a imagem da Petrobras foi também um esquema de repasse 
de dinheiro a políticos para seu enriquecimento e pagamento de despesas 
de campanha.
A sorte de Dilma é que a eleição passará sem que venha à luz tudo o que
 provocou a desvalorização da Petrobras. Ela já foi uma das 12 maiores 
empresas do mundo na área de petróleo. Hoje é a centésima e pouco.
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Nota: Notícia copiada do blog do jornalista Ricardo Noblat, o famoso Noblat. Ele não necessita de apresentação 

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