Um poema de amor me amadurece
A mim, tão pouco dado a tais arroubos.
O amor é simples manifesto e cresce
Até entre as hienas, entre os lobos.
Se declarar-se amor é um delito
E a gente sua de arrancar os miolos,
Toda razão há de ficar com os tolos
Amantes, caladinhos, sem conflito.
Se o meu ridículo ato de oração
Sem mentira, me vem lá das raízes,
Então serei palhaço entre infelizes,
cujos murmúrios “sim” traduzem “não”.
Mas todo “não”, assume ou se complica,
Se diz: “Ridículo!” à vida, a vida inteira.
Mas, para mim, amor liberta, queira
Ou não queira, e o bem se descomplica.
Quero todas chorar, lágrimas digo,
Para que possa amar o meu amor
E não sumir quando ele além se for,
Porque, com a alma limpa, inda o persigo.
Porque, com a alma limpa, inda o persigo.
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*Francisco Miguel de Moura, ridículo poeta brasileiro do amor a si, aos outros e à palavra, numa terra tão pobre, no silêncio. Nasceu no Piauí.
2 comentários:
O amor verdadeiro e sincero é simples, generoso e nada complicado. Adorei a poesia Chico. Um carinhoso abraço querido.
Lindo,lindo Chico.
Abração!!!
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