segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

CRÔNICA DE UM PAI A SEUS FILHOS

  Querido (a) filho (a):

Quando a velhice chegar, eu começar a derramar comida sobre minha camisa e esquecer como amarrar os sapatos, tem paciência e lembra-te das horas que passei ensinando-te a fazer as mesmas coisas!

Quando conversares comigo, eu repetir as mesmas coisas que sabes de sobra como terminam, não me interrompas, só escuta-me. Quando eras pequeno, para que dormisses, tive que contar milhares de vezes a mesma história, até que fechasses os olhinhos.

Quando estivermos reunidos e, sem querer, eu fizer minhas necessidades, não fiques com vergonha. Compreende que não tenho culpa, pois já não as posso controlar! Pensa quantas vezes, pacientemente, troquei tuas roupas para que estivesses sempre limpinho e cheiroso!

Também não me reproves se eu não quiser tomar banho. Lembra-te dos momentos que te persegui e os mil pretextos que eu inventava para te convencer a tomar banho!

Quando me vires inútil e ignorante, frente às novas tecnologias que já não poderei entender, suplico-te que me dês todo o tempo necessário e não me machuques com sorriso de superioridade!  Lembra-te que fui eu quem te ensinou tantas coisas: comer, vestir-se e como enfrentar a vida tão bem como hoje o fazes!

Se quando estivermos conversando, eu esquecer do que estávamos falando, tem paciência e me ajuda a lembrar. Talvez a única coisa importante para mim, nesse momento, seja o fato de estares perto de mim, dando-me atenção e não à conversa propriamente.

Se algum dia eu não quiser comer, sabe insistir com carinho, assim como fiz tantas vezes contigo! Também compreende que, com o tempo, não terei dentes fortes nem agilidade para engolir!

Quando minhas pernas falharem, por eu estar tão cansado e se eu não conseguir mais me equilibrar... com ternura, dá-me tua mão para me apoiar, como fiz quando começaste a caminhar com tuas perninhas tão frágeis!

Se por acaso ouvires eu dizer que não quero mais viver, não te aborreças comigo! Apenas entende que isso não tem nada a ver com teu carinho ou com o quanto te amo.

Compreende que é difícil ver a vida abandonando aos poucos meu corpo e que é duro admitir que já não tenho mais o vigor para correr a teu lado ou para tomar-te em meus braços como antes!

Não te sintas triste ou impotente por me veres assim.


Não me olhes com cara de pena! Trata-me com amor e dá-me somente teu coração, tua compreensão e apoio, como fiz quando começaste a viver!

ISSO ME DÁ FORÇA E CORAGEM!

Copiado por Francisco Miguel de Moura                                                                                                                            
  Autor desconhecido

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 P.S. Cópia do anverso do Cartão de Natal que me foi enviado pelo escritor, historiador, crônista e deputado Homero Castelo Branco a quem muito agradeço e de coração. Basta clicar em cima para ser lido.
                        Francisco Miguel de Moura 

2 comentários:

Nádia Santos disse...

Este texto dispensa comentários... belíssimo! Feliz natal querido!

CHIICO MIGUEL disse...

Obrigado, amiga, beijos, feliz 2013
abraços do coração de poeta
francisco Miguel de Moura

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