quarta-feira, 2 de maio de 2012

SONETO DE FRANCISCISCO MIGUEL - CONFITEOR



CONFITEOR



Francisco Miguel de Moura*



De nada do que fiz eu me arrependo:
de ter amado até quem não me amava,
de ter dito isto e aquilo que eu entendo,
de ter ganhado o pouco que eu ganhava.

Da rotina bancária, eu me fartava,
só pensando comigo o que eu fazia...
Quanto papel e tinta que eu gastava,
para o lixo, depois. Era o meu dia!...

De nada que antes fiz peço perdão
e, pro futuro, eu peço ao coração,
sossego e  amor... Do resto eu me defendo.

Nem dos pecados feitos, tão diversos,
de nada, nada, eu hoje me arrependo,
e muito menos de ter feito versos.
   
_________________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, nascido, vivido ( e ainda vivendo) no Piauí, elogiado por Carlos Drummond de Andrade, Henriqueta Lisboa,  Lygia Fagundes Teles, Stela Leonardos, Nelly Novaes Coelho, Teresinka Pereira, Olga Savary, Assis Brasil, O. G. Rego de  Carvalho, H. Dobal e tantos outros nomes da inteligência brasileira – não se sente vaidoso, mas se orgulha de tão boas amizades e da grande generosidade da crítica.

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