quinta-feira, 8 de abril de 2010

MANHÃ E POEMA




Francisco Miguel de Moura*


Reverberações da frescura do ser,
Do direito de amar,
Da maior fração da vida bem
Vivida:
Os cegos vêem e Deus se extasia no que fez.

O poeta tira a palavra dicionária,
destrava a manhã.

O poema é o silêncio e o trovão,
Quando o raio da palavra espedaça o nada.

A manhã se clareia para que a nau/tureza
Trabalhe e acenda a vida no peito de cada.

A manhã é um poema que se desvirgina
Para que a vida e o movimento se declarem
Canção.

___
*Poeta brasileiro.

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