domingo, 16 de dezembro de 2007

SEM ESCOLA, NEM LADRÃO...


Francisco Miguel de Moura*

Não é novidade que o mundo globalizado está levando o tema educação ao primeiro lugar dos debates. Os governos e a sociedade têm que enfrentar o problema com urgência. Não se trata de levantar prédios para novas escolas. O local da escola é interessante, mas uma escola pode antes, pode funcionar com gente boa vontade e planejamento. Ótimo, então, que os educadores revejam também, com clareza, o desenvolvimento social, urbanístico, paisagístico, ecológico, a segurança e o local melhor para os corpos docentes e discentes.
O educador Eric Nadelstern, Secretário de Educação da Prefeitura de Nova Iorque (Veja, 23/11/2007), propõe medidas e estratégias das mais radicais sobre as escolas, para não ficar-se, lá e em todo o mundo, com um tipo de escola criado no século XIX: “As escolas em geral continuam afeitas à velha decoreba, encaixotada em grades curriculares ultrapassadas e incapazes de preparar as crianças para enxergas as questões da atualidade de maneira mais abrangente.” (um destaque). Quase tudo do que é teoria do ensino não vale nada, é preciso que as escolas de pedagogia reciclem seus professores, atualizem suas bibliotecas e se informam com a Informática – resume. Por falar na internet, temos vaga noção do que de melhor ela pode render para a escola, de todos os graus, científica e praticamente. É uma auxiliar formidável do homem, em todos os ramos do conhecimento humano. Mas é preciso que os usuários sejam encaminhados para o futuro da formatura, da profissão, para competir no mundo moderno. A escola deve ser como uma empresa privada, segundo o documento citado, para premiar os melhores e deixar para trás os que nada querem. Empresa privada, mas sob a vigilância e orientação governamental. Os colégios e as classes enormes, ambos são empecilhos, não que devam ser diminuídos simplesmente; podem ser repartidos em várias escolas e classes, independentes, como têm feito alguns países.
O que vou referir é verdade com cara de anedota. Certa mãe, entre nós, perguntou ao filho que profissão iria escolher quando chegasse a hora da decisão (aqui ainda é o vestibular). O menino falou sem titubear:
– Vou ser assaltante, mamãe.
– Que é isto meu filho?
– Ora, mãe, ladrão não tem que ir pra escola e tem muito dinheiro sem ser preciso trabalhar.
Como a dita mãe se revolveu como o filho, já imaginamos. Mas sabe-se que nem ladrão pode escapar da escola, se quiser ter algum sucesso. Há poucos dias a televisão mostrou uma quadrilha onde havia assaltantes e homicidas que fazia a simulação de que eram empregados de uma empresa com o nome de Empório tal. Fizeram uma inscrição no veículo, mas erraram na ortografia, colocando “Impório” em vez de Empório. Claro, não difícil para a Polícia descobrir e prendê-los a todos. Também foi mostrado pelas câmeras de TV. Ainda bem.
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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina – PI.

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