FEITIÇO CAPITAL
Francisco Miguel de Moura*
A máquina engole o ar da sala,
anula a persona
toma o espaço e a luz das
palavras.
Séculos de poder, ciência,
escravidão
e glória (talvez prisão)
para não mais dizer-se.
O espectro é um silumacro,
nem oratório nem oráculo,
donde a voz de Deus não
soará,
mas o tom do mercado
e a sombra do dragão
devorador.
Ditará a solidão aos homens,
às casas de um só,
às almas opressas na
multidão.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.
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