A CADA DIA...
Francisco Miguel de Moura*
A
cada dia a gente é um desafio
à
grande noite e vai sonhando o mundo
sem
tempo... A gente vai chegando ao fundo
da
gente mesmo! E o cheio está vazio.
A cada
dia a esfinge fere o fio
do
medo, da avareza... E, de segundo
a
segundo, o buraco é mais profundo
das
coisas que passaram como um rio.
A cada
dia a gente se amargura
com o
futuro mais perto. Uma loucura!
E então
desabam as tristezas de antes.
E a
cada dia a gente é tão pequeno,
que o
próprio doce é mais do que veneno
pois já
morreram todos os amantes.
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*Francisco Miguel de Moura,
poeta brasileiro, com penetração em Portugal, Espanha e França, onde tem
publicado, com frequência, seus poemas na imprensa.
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