TRISTEZAS DE ESCRITOR
Francisco Miguel de Moura*
quis recolher as
emoções mais raras
de ternura, de amor,
nos livros meus.
escrevi-as nos dias -
noites claras -
nas caladas da
vida, o'
santo deus!
chorei dores daquelas
sem aparas,
como sofrem, sem
culpa, tantos réus
vivi vidas sem nome,
de tão caras
como suster a fé
entre os incréus.
tanto trabalho e
tanta luta em vão!
frutos virgens apanho
em meu declive
e, aos que passam,
oferto e nem se dão...
por tudo, uma palavra
nunca tive,
nem de consolo nem de
compaixão.
tristezas de escritor
só ele vive.
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* Francisco Miguel de Moura, poeta brassileiro.
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