RECANTO
Cada vez mais
me encanto no passado,
Se o presente
pra mim é tão mesquinho,
Não falo mais
sequer com meu vizinho,
Pois meu vizinho
é morto e sepultado.
Como é que
vou viver sem ser menino?
Como é que
me sustento em tanto tempo?
Pensando...
E não arranjo um passatempo.
Meu caminho
está curto. É o meu destino...
Minha vida
é um passado sem pressente,
E é só tristeza,
sem abrir caminhos
Novos de luz,
verdade e sentimentos.
Tomei outras
estradas... Descaminhos...
Cada vez mais
me volto ao meu passado,
Para livrar-me,
enfim, dos meus tormentos.
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