“PEDRAS QUE CANTAM”
Francisco Miguel de Moura*
Francisco de Assis Sousa há tempos, lançou o livro “Pedras
que cantam.” Um belo livro de crônicas.
Ele é professor e acadêmico da Academia de Letras da Região de Picos, sendo
atualmente seu Presidente. Nome simples para uma pessoa simples, é o do Autor,
tal como o nome que deu a seu livro. Essa
obra me foi ofertada pelo autor, não pessoalmente, mas creio que através do
prefaciador, Homero Castelo Branco, meu confrade da Academia Piauiense de
Letras, com um autógrafo assim: “À Francisco Moura (embora, eu não dispense o
Miguel, de meu pai). A seguir, a frase “A vida é bela!” e abaixo está sua
assinatura., local e data: São Julião, PI, 16.06.2018.
Esse fato mexeu comigo. Naquele dia, eu estava completando
meus 85 anos. Também a última frase que Machado de Assis pronunciou, na hora de
sua morte: “A vida é bela!”
Daí, eu pergunto: O que nos mostram a
referência das duas menções, em um simples autógrafo? Indicam a personalidade
do autor, sua sapiência e sua humanidade.
Francisco de Assis Sousa é um cronista salutar e nos fazem
bem as suas crônicas. Hoje, com 90 anos, deixei de escrever crítica, por isto,
alguns senões desta matéria devem ser perdoados. Interessa-nos o que é bom e gostoso. Suas crônicas são gostosas, a
gente, como que, vai ouvindo e conversando. Têm um pouco do artigo de jornal.
Mas isto é da natureza do gênero, da espécie literária, que é híbrida, nasceu
assim, no Brasil, com o nosso Papa, o grande Machado de Assis. E assim tem
permanecido.
“Pedras que cantam”, desde o título até o final, encantam. “Nas pegadas da Serra” é uma crônica que
mostra a necessidade de um crescimento humano para que a Terra nos pareça não
só uns grãos de areia, rolando no infinito, e que esses grãos estão unidos, por
isto podem ser conhecidos, amados e educados. Grãos que somos nós.
Em determinado momento, ele se refere a um autor famoso, de
nome René Descartes, e com base nele, acrescenta: “A educação é um projeto de
ser humano no sentido positivo da palavra, um ser humano como agente de
transformação...” E assim segue
descrevendo o que vê e ouve, o que sente e sonha.
Desde muito tempo, eu devia dizer-lhe isto. Mas são tantas
as coisas a fazer, ler e escrever que a gente se esquece também de outras tão ou
mais importantes, sim, daquelas que ainda não fizemos. O ser humano e o escritor, principalmente,
sofre e sua, para que não deixe esvair-se um momento de sua vida sem utilidade,
salvo as horas de descanso...
Parabéns, Francisco de Assis Sousa, vale muito sua
profissão de professor e mestre, sua obra de escritor assim confirma. Sua luta
é a nossa luta. Sempre aprendendo e esquecendo, sempre escolhendo ou recusando.
E não será em vão.
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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, nascido no Piauí.
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