sexta-feira, 12 de junho de 2020

TROVAS SEM TRAVO



                                            Autor:Francisco Miguel de Moura*


Pareço ser bom de trova
e tomo a caneta minha,
pego um papel, vem a prova:
A trova que me convinha.

Sé é difícil, velha ou nova,
nesta pretensão, a minha,
quero ver quem desaprova,
cantando qualquer trovinha.

Porque vou de roupa nova,
em busca de qualquer vinha,
pra ter o vinho da trova...
E nada me descaminha.

Vou levando, é boa a nova,
meu “níver, com a festinha...
Pra mudar de ano, em trova,
minha caneta se alinha...

Pois agora se comprova,
a tinta molhada, é minha.
Quero ver quem me reprova,
se a tinta é nova, azulzinha...
  

Meus anos vão ser a prova,
os que vêm se adivinha...
Antes que do céu me chova
trova melhor do que a minha.

Ao trazer-me boa nova,
porém não seja sozinha.
Estrelando roupa nova,
eu e a família minha.

Anunciando esta nova,
quero acabar como vinha
e aumentar minha prova
que a felicidade é minha.

Que ainda sei fazer trova
e não alguma trovinha,
quero aumentar minha nova
como a carta do Caminha.
________
Teresina, Piauí, Brasil,  11 de junho de 2020
*Francisco Miguel de Moura, escritor em prosa e verso,
 tão simples, como se a virtude esteja no sangue.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...