Autor:Francisco
Miguel de Moura*
Pareço ser bom de trova
e tomo a caneta minha,
pego um papel, vem a prova:
A trova que me convinha.
Sé é difícil, velha ou nova,
nesta pretensão, a minha,
quero ver quem desaprova,
cantando qualquer trovinha.
Porque vou de roupa nova,
em busca de qualquer vinha,
pra ter o vinho da trova...
E nada me descaminha.
Vou levando, é boa a nova,
meu “níver, com a festinha...
Pra mudar de ano, em trova,
minha caneta se alinha...
Pois agora se comprova,
a tinta molhada, é minha.
Quero ver quem me reprova,
se a tinta é nova, azulzinha...
Meus anos vão ser a prova,
os que vêm se adivinha...
Antes que do céu me chova
trova melhor do que a minha.
Ao trazer-me boa nova,
porém não seja sozinha.
Estrelando roupa nova,
eu e a família minha.
Anunciando esta nova,
quero acabar como vinha
e aumentar minha prova
que a felicidade é minha.
Que ainda sei fazer trova
e não alguma trovinha,
quero aumentar minha nova
como a carta do Caminha.
________
Teresina, Piauí, Brasil, 11 de junho de 2020
*Francisco Miguel de
Moura, escritor em prosa e verso,
tão simples, como se a virtude esteja no sangue.

Nenhum comentário:
Postar um comentário