Francisco Miguel
de Moura*
Para a amiga Gisela (Gisa)
Se de repente, sem rima com o mundo
E comigo mesmo,
Enquanto o ritmo fosse ruído
No escuro, sem flash...
E da matéria nada a ser feita,
Ao menos com meia-palavra...
Palavra! Eu morreria num grito
Que mordesse o mundo
De quem me ouvisse por viés.
Mas se alguém, na avenida,
me sorrisse ternamente,
Sumiriam as rugas
E a solidão malvada
Um sorriso faz o mundo
Ficar sobre os pés.
***
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, autor de varios livros, entre os quais O Menino quase Perdido, lançado este ano. Pedidos pelo e-mail: franciscomigueldemoura@gmail.com