VAIVÉNS: TEMPO E AMOR
Francisco
Miguel de Moura*
O que faria não fez
com o faro do passado.
O futuro não lhe diz nada:
Voa como o vento em serrania.
E passa, e nunca é passado
e leva e lava a gente
na poeira dos olhos,
nas juras negadas.
Tento ser luz, aquela luz
que teus olhos me entregaram.
E em vão proclamo:
- Luz, me acende! Ou me cega
de vez!
E ela se apaga, deixando-me
ver tão só
o único caminho do tempo em
naufrágio.
Nego o amor, aquele amor que
morde,
que afogaria os afagos
desejados
sem colheita sequer
da volta de um olhar
de fogo que seja:
- Quero morrer abrasado.
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