MORENINHA
Francisco Miguel de Moura*
Moreninha d’olhos grandes,
consumi-me em teu espelho.
Nunca tive um bom recado
quanto o teu, adolescente!
Não era a nossa missão,
por isto rezamos terços
quando tudo apareceu.
Foste para mim a bênção
das que caem lá do céu,
não apenas em um ano,
mas num século, talvez!
Qual de nós era o cometa?
Acreditar é tão bom
e eu em ti acreditei
como anjo e ser humano.
O tempo é o grande cruel:
O que se passou, perdeu-se.
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*Francisco Miguel de
Moura, poeta brasileiro.
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