DILEMA
Francisco Miguel de Moura*
Um sentimento estranho me desperta,
agora, que partiste pra tão longe,
e eu cá, neste mosteiro, feito um monge
que se queria um sábio e não poeta...
Mais não tive que um sonho de profeta,
mesmo assim não previ que ias mais longe,
a fingir-te de amada... E, eu, de monge,
sem conseguir sonhar com a alma aberta.
Assim, fingindo amor a vida inteira,
amor que começou por brincadeira
e agora quer sumir tão de repente...
Não sei se vou ficar no meu avesso,
mentindo que te quero, no regresso,
ou se morro de dor completamente.
Teresina,
Nov/2009
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*Francisco Miguel
de Moura, poeta brasileiro.
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