A INTEIRA VOZ
Francisco
Miguel de Moura*
Ser
bela e jovem pela vida em fora,
desejo
ardente e tanto acalentaste,
não
percebendo as horas do contraste.
como
o florir da pedra que não flora.
Mas sei quem foste, sei quem és agora.
Verás,
com pouco, a foto que ofertaste
descorando
qual flor que caiu d’haste:
És
teu pai de ontem, tua mãe de outrora.
Contra
as marcas das nossas aventuras
verás,
no que inda sou, tuas loucuras,
teu
futuro verás no que hei de ser.
Tudo
por si se acaba, não tem jeito,
mas
tua voz calada no meu peito
há
de durar comigo até morrer.
__________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário