CAMINHOS E VENTOS
(para Carlos Nejar)
Francisco
Miguel de Moura*
Quando os caminhos forem ventos livres
e eu possa correr de encontro ao vento,
“camisa aberto
ao peito” e nada menos...
Quando os caminhos não tiverem cruz,
ou encruzilhadas, placas e dizeres,
pois serão livres pra saltar, correr...
Eu, livre, correrei mundos e fundos,
para saber de enigmas e fantasmas.
Não terei medo d’ almas nem d’armas
daninhas, devastadoras do planeta,
porque serei veloz quanto Deus quer
para aplacar os furacões e os medos...
E evitar descaminhos e arremedos
aos que, em silêncio, lamentaram mais
do que os ventos e estradas em degredo.
Quando os caminhos todos forem ventos,
acharei bom ouvir, levantar cedo
para vê-los correndo... E, alegremente,
fazer parelha aos altos cataventos...
E em calma ouvir o cantar do passaredo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário